Resenha: Federico Albanese - The Blue Hour


Nascido em Milão, o compositor italiano Frederico Albanese vem se aventurando em composições no piano. Em 2014, ele lançou sua estreia em estúdio, chamada The Houseboat and the Moon, que rendeu a ele vários elogios por parte da imprensa especializada em música clássica – muitos classificam Albanese como o futuro do gênero pelos próximos anos. The Blue Hour é seu segundo álbum em menos de dois anos.

De cara, logo em "Nel Buio", é possível perceber um trabalho cheio de sentimento e melancolia, e isso é comprovado na delicada "Time Has Changed". Como é inteiro no piano, então é difícil não cair em um tipo de melancolia – ainda mais quando o Albanese usa de finos elementos para dar esse tom. "Migrants", "Shadow Land, Pt. 1" e "Silent Fall" mantêm esse ritmo lento, de apreciação do álbum.

Uma coisa para ser dita: é um tipo de obra para ser ouvido com calma, sem pressa. Não adianta colocá-lo para fazer alguma coisa pesada, porque ele puxará você a relaxar e a entrar em uma espécie de transe. Foque no piano, imagine o álbum acontecendo dentro da sua cabeça. Sem pressa, sem medo de ser feliz, sem medo de perder alguma coisa. Você ganhará muito ao prestar atenção.

"Céline" é tão triste, mas, ao mesmo tempo, é bem convidativa para pensar na vida. E ser seguida por "And We Follow the Night", de tocada mais animada, até dá para pensar em coisas boas. "Shadow Land, Pt. 2", "The Boat and the Cove" e "The Blue Hour" têm um quê um pouco mais psicodélico – o andamento ao fundo é fundamental para compreender as faixas.

Um interlúdio, uma curta faixa para abrir, fechar ou ligar partes do álbum, inicia o processo da parte final de The Blue Hour. "My Piano Night" é a mais bonita de todas, por ser a mais delicada, serena e cheia de uma melancolia profundamente abstrata. O encerramento é com "Stellify", outra boa faixa.

Um disco instrumental no piano pode parecer uma coisa chata no início, mas dê uma chance a ele. Vale a pena.

Tracklist:

1 - "Nel Buio"
2 - "Time Has Changed"
3 - "Migrants"
4 - "Shadow Land, Pt. 1"
5 - "Silent Fall"
6 - "Céline"
7 - "And We Follow the Night"
8 - "Shadow Land, Pt. 2"
9 - "The Boat and the Cove"
10 - "The Blue Hour"
11 - "Interlude"
12 - "My Piano Night"
13 - "Stellify"

Nota: 4/5



Veja também:
Resenha: Baaba Maal – The Traveller
Resenha: The Temperance Movement – White Bear
Resenha: Hinds – Leave Me Alone
Resenha: David Bowie – Blackstar
Resenha: Sunn O))) – Kannon (2015)
Resenha: Baroness – Purple (2015)
Resenha: Christian Scott – Stretch Music (Introducing Elena Pinderhughes)

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais! Isso ajuda pra caramba o blog a crescer e ter a chance de produzir mais coisas bacanas.