Lendas da música: Billy Gibbons


Caso você não saiba, o ZZ Top é uma das bandas mais legais do mundo. E tem duas figuras únicas: o guitarrista Billy Gibbons e o baixista Dusty Hill, caras com barbas até a cintura que até podem intimidar um pouco para quem nunca leu ou viu alguma entrevista, mas que são músicos espetaculares e estão na história da música americana. É sobre o primeiro que o Lendas da música fala neste novo post da seção.

Gibbons nasceu em 16 de dezembro de 1949, em Houston, no Texas. Filho de Frederick Royal, maestro e pianista do MGM Studios por muitos anos, e Lorraine Gibbons. Aos 14 anos, ganhou um amplificador e uma guitarra Gibson, sonhando em ser algo parecido com seu ídolo, o guitarrista Jimmy Reed. Aluno de uma escola de arte em Los Angeles, ele esteve à frente de bandas como The Saints, Billy G & the Blueflames e The Coachmen por alguns anos.



Um dos grandes amigos do guitarrista é Roky Erickson, vocalista, compositor e guitarrista do 13th Floor Elevators – talvez a primeira grande banda psicodélica da história. Essa amizade acabou levando Gibbons a batizar sua nova empreitada musical de Moving Sidewalks e a compor Flash, primeiro disco inteiro que gravou. O sucesso de "99th Floor", número 1 por seis semanas em Houston, potencializou ainda mais o sucesso do grupo no meio-oeste americano. O alto nível dele chamou a atenção de Jimi Hendrix, gerando um convite ao Moving Sidewalks abrir os shows do Jimi Hendrix Experience na primeira turnê americana do gênio da guitarra com sua banda.

A habilidade dele foi exaltada ao longo de entrevistas pelos Estados Unidos. Hendrix afirmou categoricamente que o mundo estava diante do “guitarrista mais quente do momento”. Uma das lendas dessa turnê é o presente dado por Jimi Hendrix após o último show: a histórica Stratocaster rosa usada em gravações e apresentações durante o pouco tempo de sucesso de uma das lendas da música.



Em 1969, ao lado de Lanier Greig e Dan Mitchell, Gibbons fundou o ZZ Top, lançando no primeiro o ano o single "Salt Lick" com "Miller's Farm" no lado B. Depois de mudanças na formação original, Dusty Hill e o baterista Frank Beard entraram no trio para nunca mais saírem. No ano seguinte, eles assinaram contrato com a gravadora London para colocar no mercado o primeiro disco deles em 1971.

Foi mais ou menos nessa época que o guitarrista assumiu o papel de vocalista, compositor e principal nome de uma banda. As guitarras, letras engraçadas e cheias de duplos sentidos, country, blues e monte de influências formaram o álbum de estreia deles. A primeira década deles em atividade gerou três álbuns importantes do chamado Texas blues (Tres Hombres, Fandango! e Degüello). Mas entre 1976 e 1979 eles fizeram uma pausa que deveria ter durado 90 dias, mas foi ampliada para três anos. O tempo serviu para formatar o ZZ Top como conhecemos hoje: barbas imensas apareceram nos rostos de dois dos três membros do trio. Claro, um golpe de marketing para o público associá-los com a banda. Em 1983, veio Eliminator, disco mais importante, os consolidando entre os grandes.



Desde então, muita coisa aconteceu com Gibbons. Por exemplo, ele entrou em uma onda de sintetizadores que só foi parar nos anos 1990, quando resolveu retomar o tipo de música que sabia fazer de melhor: a mescla de blues com hard rock. Em 2004, talvez a maior homenagem feita a ele: a introdução no Hall da Fama do Rock por Keith Richards com seus outros companheiros de banda, sendo um dos poucos membros a entrar ao lado de sua banda original enquanto todos estão vivos.

Billy Gibbons já fez muita coisa na vida, participando de séries, clipes, eventos de caridade e muitas outras coisas (como ser vegetariano e colecionador de carros). O que me surpreendeu positivamente nele foi a participação em Sonic Highways, série dirigida por Dave Grohl sobre o último disco do Foo Foo Fighters. O conhecimento musical dele é uma coisa que poucos têm – talvez o fato de ter visto e convivido com muitas das lendas da música o ajude nesse aspecto. Pouco valorizado por aqui, ele merece muito respeito por sua história na música e por ter ajudado o ZZ Top a virar o que é hoje.



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