Lendas da música: Robbie Robertson


Quando se fala da The Band, não é difícil imaginar os cinco membros da banda juntos, como uma coisa só. Mas quando se fala de um dos grandes guitarristas da história, sem dúvida que é impossível não se lembrar de Robbie Robertson.

Uma das coisas visíveis em suas composições é o tom religioso. E foi nesse tipo de ambiente que Jaime Royal Robertson passou boa parte de sua infância em Ontário, no Canadá, onde nasceu em 1943. Sua mãe ficou viúva cedo, mas não ficou sozinha e se casou com James Patrick Robertson, homem que adotou todos os filhos da mulher – inclusive colocou seu sobrenome em todos eles.

Ele cresceu, aprendeu a tocar guitarra e conseguiu entrar em bandas como Little Caesar and the Consuls, Robbie and the Robots e Thumper and the Trambones, o suficiente para ganhar um troco. Em certo período de sua vida, ele conheceu Levon Helm, Richard Manuel, Rick Danko e Garth Hudson, caras fundamentais em sua carreira. Mas eles tocaram no The Hawks por algum tempo (mais detalhes sobre isso e o primeiro disco deles aqui).



Segundo alguns relatos, Robertson já era um virtuoso da guitarra aos 22 anos, e isso acabou sendo fundamental em sua carreira, pois ele usou e abusou de muito oferecidos pelo instrumento ao longo de seu tempo na The Band. Entre 1965 e 1978, ele foi um dos compositores, guitarristas, baixistas, produtor e muitas outras coisas na banda, claro que dividindo a responsabilidade com os outros. O documentário The Last Waltz, dirigido por Martin Scorsese, tentou sintetizar o que eles foram. Com participações de Muddy Waters, Paul Butterfield, Dr. John, Bob Dylan, Eric Clapton, Van Morrison, Neil Diamond, Joni Mitchell, Neil Young, Emmylou Harris, Ron Wood, Ringo Starr e Ronnie Hawkins, o longa era para ser o fim de uma história.

E foi, pelo menos para Robertson.



Antes de o documentário sair, ele era favorável de a banda encerrar suas atividades e cada um seguir seu rumo. Conseguindo o documentário e arrumando um amigo para dirigir, Robertson arrumou o final perfeito para sua história como guitarrista de um dos grupos mais influentes da história. Mas os outros não pensavam assim. Cinco anos depois, Helm, Manuel, Danko e Hudson reativaram a The Band sem o guitarrista. Em sua biografia (This Wheel's on Fire – Levon Helm and the Story of The Band) e em um documentário (Ain't in It for My Health: A Film About Levon Helm), Levon Helm mostra toda sua mágoa com o guitarrista, o acusando de ser o responsável pelo fim das atividades do grupo.

Como principal compositor, Robbie Robertson recebia a maior parte dos direitos, deixando os outros furiosos o suficiente para deteriorar a relação entre eles, além de tê-lo acusado de manipular o documentário para tratá-lo como principal mente criativa do grupo – segundo o baterista e vocalista, tudo era decidido entre todos por igual, não existia ninguém acima. Helm morreu em 2012 sem nunca ter esquecido o que Roberston fez com ele e os outros membros.



O fim de seu tempo com a The Band gerou convites para ser produtor de nomes como Neil Diamond e compositor de trilhas sonoras de alguns filmes de Scorsese nos anos 1980, década em que lançou o primeiro de seus cinco discos solos. Em 1994, ele voltou a tocar com ao lado de Garth Hudson e Rick Danko no dia em que a The Band foi homenageada pelo Hall da Fama do Rock. Eles tocaram com Eric Clapton, que fez o discurso de introdução – Levon Helm não compareceu.

Desde então, Robbie Robertson segue trabalhando como produtor e compositor e, vez ou outra, lança algum material inédito. Seu último trabalho foi como produtor-executivo da trilha sonora do filme O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese. E apesar de toda polêmica de seus anos na The Band, isso não apagará sua genialidade como guitarrista e compositor de uma das melhores bandas de todos os tempos.



Veja também:
Lendas da música: Rick Rubin
Lendas da música: Keith Moon
Lendas da música: Ronnie Van Zant
Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!