Resenha: Buzzcocks - The Way


Uma das maiores bandas do punk inglês, o Buzzcocks ficou meio esquecido nos últimos anos. Afinal, com nomes como Oasis, Blur e Arctic Monkeys dominando as paradas, poucas pessoas iriam se lembrar desses caras com mais de 50 anos tocando músicas curtas e agitadas. Mas eles voltaram com tudo em 2014, seis anos depois de seu último lançamento em estúdio, e estão prontos para quebrar algumas cadeiras por aí.

Marcando território logo de cara, "Keep on Believing" é a típica canção punk que bota para quebrar logo de cara. É aquela faixa que faz qualquer garoto de 14 anos se apaixonar pelo punk pela vida toda. Um pouco mais longa que a anterior, mas recheada de solos de guitarra, "People Are Strange Machines" mostra que o Buzzcocks é mesmo uma banda punk que senhores tocando uma rotação abaixo – nada que altere o resultado final.

Outra que está uma rotação abaixo do ideal é "The Way", que funciona mesmo faltando alguma coisa, enquanto a ótima "In the Back" parece ter sido retirada de algum ponto dos anos 1980 e foi colocada nesse álbum. "Virtually Real" retorna ao século 21 com um quê de ironia aos tempos atuais, dominado pela facilidade que a tecnologia entrou em nossas vidas – a linha de baixo dessa música é muito boa.

Apesar de mais melódica, "Third Dimension" não empolga por ser pop em excesso. Sempre esperarei alguma coisa do Buzzcocks, menos refinamento nas letras e melodias. De volta ao básico, "Out of the Blue" é aquela típica canção dançante que só se encontra na Inglaterra. Uma das canções mais divertidas desse ano.

Parece que os velinhos do Buzzcocks querem colocar o pessoal para dançar mesmo em The Way, e uma prova disso é a boa "Chasing Rainbows" / "Modern Times", outra em que o solo de guitarra é dono absoluto da faixa, assim como "It's Not You", essa mais punk. O disco encerra com a boa balada reflexiva "Saving Yourself".

Pode não parecer, mas, entre idas e vindas, o Buzzcocks está perto de completar 40 anos de atividades. E eles conseguiram o respeito e admiração de muitas pessoas espalhadas pelo mundo. Agora eles são senhores e teriam muito mais para fazer do que tocar música por aí, porém eles continuam fazendo isso. The Way é o bom o suficiente para não manchar a carreira desses quatro caras. Isso já basta.

Tracklist:

1 - "Keep on Believing"
2 - "People Are Strange Machines"
3 - "The Way"
4 - "In the Back"
5 - "Virtually Real"
6 - "Third Dimension"
7 - "Out of the Blue"
8 - "Chasing Rainbows" / "Modern Times"
9 - "It's Not You"
10 - "Saving Yourself"

Nota: 3/5



Veja também:
Resenha: Thiago Pethit - Rock'n'Roll Sugar Darling
Resenha: Neil Diamond – Melody Road
Resenha: Damien Rice – My Favourite Faded Fantasy
Resenha: Tony Allen – Film Of Life
Resenha: Smashing Pumpkins – Monuments To An Elegy
Resenha: Stu Larsen – Vagabond




Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!