Resenha: Palehound - Eye on the Bat

Formado em 2014 como projeto musical da vocalista de guitarrista El Kempner, o Palehound é uma dessas bandas que começa a ganhar destaque na cena independente americana. Com dois discos lançados, o trio que também conta com a baterista Zoë Brecher e a baterista Larz Brogan disponibilizou há poucos dias "Eye on the Bat", o terceiro trabalho da carreira.

Nesse novo trabalho, Kempner usa as músicas como veículo para um desabafo sobre um término e a relação dela com as pessoas em volta. Na abertura, com "Good Sex", ela desabafa por pouco mais de um minuto da decepção em esperar pelo namorado, que ficou uma hora no telefone com os amigos.

Veja também:
Resenha: Snõõper - Super Sn​õ​õ​per
Resenha: Él Mató a un Policía Motorizado - Súper Terror
Resenha: PJ Harvey - I Inside the Old Year Dying
Duas resenhas: Rival Sons e Albert Hammond Jr.
Resenha: Joanna Sternberg - I've Got Me
Duas resenhas: Dudu Tassa & Jonny Greenwood e Squid

Estou no Twitter e no Instagram. Ouça o podcast, compre livros na Amazon e fortaleça o trabalho do blog!

Com o fim dessa relação, ela começou a pensar como teria sido da vida se tivesse escolhido outro caminho ("Independence Day") e quando se envolveu com outra pessoa no início de 2020, viu tudo mudar com a pandemia, cancelamento dos shows e uma traumática volta para casa ("The Clutch"). Tudo isso com uma força e uma potência incríveis tanto nos instrumentos, como nas letras.

A melancólica faixa-título chega para contar uma bonita história, mas é na agitada "U Want It U Got It" que a banda mostra outro lado ao usar elementos eletrônicos e efeitos e ajuda a destacar ainda mais a seguinte, a balada "Route 22", a melhor canção do trabalho. O desabafo "My Evil" traz a pergunta: está tudo bem desejar o mal?

O ótimo solo de guitarra em "Head Like Soup" atinge em cheio qualquer um com o mínimo de sentimento e "Right About You" coloca o country na mesa em uma música guiada pelo violão com uma delicada letra. E "Fadin" encerra o álbum de maneira melancólica e com uma frase grudenta ("There's nothin' I can do to keep from fadin' to you").

Com o coração arrebentado e com os traumas da pandemia, Kempner faz de "Eye on the Bat" um desabafo melancólico, cru e sem elegância, cheio de boas letras e bem acompanhada por bons momentos musicais que funciona muito bem, com qualquer pessoa se identificando com esses problemas e momentos tão cheios de detalhes. Esse disco de temática tão universal é chance do Palehound ultrapassar barreiras e chegar em mais pessoas.

Tracklist:

1 - "Good Sex"
2 - "Independence Day"
3 - "The Clutch"
}4 - "Eye On The Bat"
5 - "U Want It U Got It"
6 - "Route 22"
7 - "My Evil"
8 - "Head Like Soup"
9 - "Right About You"
10 - "Fadin’"

Avaliação: muito bom

Comentários