Resenha: Scalene - Respiro


O Scalene foi vice-campeão do Superstar, reality show musical da Globo. Sem pesquisar, eu duvido que você saiba quem foi o campeão na temporada em que a banda de Brasília participou. Isso mostra como o Scalene ficou bem grande dentro do cenário nacional, principalmente por ter uma discografia sólida o suficiente a partir de então. "Respiro" é o quinto disco de estúdio do grupo em dez anos de carreira, uma marca e tanto.

"Vai ver", com participação de Hamilton de Holanda, abre o disco com uma pegada bem leve, sintetizada no arranjo. Dá para dizer que é quase um samba, mas não sei se chega tão perto disso. Mantendo a leveza da abertura, "Tabuleiro" usa mais elementos eletrônicos para dar o tom da letra ("Bem aos poucos/ Devagar").

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Terceira faixa, "Casa aberta" apresenta mais elementos comuns ao Scalene, mas mostra que a intenção desse álbum é a calmaria com toque de outras coisas. Por exemplo, aqui fica claro na melancolia da letra. "II" e "III" servem de pontes instrumentais simples e funcionais dentro do contexto. E a participação de Ney Matogrosso em "Esse berro" é uma grata surpresa. Em uma letra cheia de poesia, tudo caiu muito bem.

"Percevejo" tem bastante força tanto na letra quanto na melodia e "Ciclo senil" traz novamente o lado eletrônico do álbum. Diferente da anterior, essa tem um pouco mais de peso nesse aspecto e acaba sendo uma faixa reflexiva com um tom dançante. As relaxantes "Sabe o que foi?" e "Furta-cor" apresentam um estilo bem Nova Brasil FM, rádio de São Paulo especializada em música brasileira no estilo banquinho e violão.

Falando em banquinho e violão, "Ilha no céu" é exatamente nesse estilo. Simples, vai agradar bastante gente. Mas é em "Assombra" que todo potencial dessa nova fase do Scalene atinge o auge e tem imensa possibilidade de virar um sucesso grande do grupo. E o "O que é será" encerra o álbum com uma reflexão sobre a vida.

O Scalene resolveu dar um respiro ao próprio trabalho ao lançar algo diferente do imaginado para eles há três ou quatro anos atrás. Essa mudança de ritmo é boa para mostrar que eles podem ir além das possibilidades do passado, abrindo caminho para novos horizontes em vários aspectos musicais. Resta saber se é só uma fase ou se sai mais coisa disso.

Tracklist:

1 - "Vai ver"
2 - "Tabuleiro"
3 - "Casa aberta"
4 - "II"
5 - "Esse berro"
6 - "Percevejo"
7 - "Ciclo senil"
8 - "Sabe o que foi?"
9 - "Furta-cor"
10 - "Ilha no céu"
11 - "Assombra"
12 - "III"
13 - "O que é será"

Avaliação: bom




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