Resenha: Hot Chip - A Bath Full of Ecstasy


No mesmo Tim Festival em que vi Arctic Monkeys e The Killers, também acabei vendo o Hot Chip. E foi um show bem estranho, porque acabou parando por 15 minutos por conta de problemas no equipamento, mas foi lá que vi como uma banda pode soar bem ao vivo e passar boa impressão. Não os conhecia e passei a acompanhar o trabalho desde então e passei a gostar mais depois de "Why Make Sense?" (2015), então último trabalho de estúdio. No fim de junho, o grupo liberou "A Bath Full of Ecstasy", sétimo álbum da discografia.

A faixa de abertura começa criando todo um clima para o álbum. Ela vai envolvendo o ouvinte aos poucos, sem pressa e exagero. Até que "Melody of Love" fica grandiosa, animada e bem pegajosa, como a maioria das músicas do Hot Chip. A segunda apela para um refrão grudento e cheio de efeitos, com uma letra bem fácil de pegar pela simplicidade das rimas para um tema um tanto melancólico.

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"A Bath Full of Ecstasy" passa para um tema mais adulto - a cura dos problemas - em uma faixa mais suave do que as anteriores, mas com um tom experimental não fugindo muito de alguns dos momentos do grupo ao longo dos anos. E "Echo" também toca em um assunto que pode fazer as pessoas pensarem um pouco, no caso deixar o passado para trás. Mais animada do que a anterior, a quarta canção do álbum até dá para dançar, mas não sem antes chorar um pouco.

O quê noventista de "Hungry Child", quase uma homenagem ao Chemical Brothers, deixa claro as fontes que o Hot Chip bebeu para fazer sua música nesses anos todos. Quem viveu o eletrônico daquela década vai se identificar bastante com o teor dos arranjos, enquanto "Positive" apresenta um romance de mentira para falar sobre problemas de verdade -- desde pobreza até falta de força para seguir em frente. Cheia de efeitos, é surpreendentemente bonita.

Se "Why Does My Mind" explica como nossa cabeça funciona de maneira maluca em muitos momentos da nossa vida, "Clear Blue Skies" traz um lado mais filosófico da vida em uma canção muito suave e de tom espacial, vamos dizer assim. "No God" encerra o trabalho falando em valorizar mais as coisas terrenas.

Talvez por ser mais adulto, esse novo trabalho do Hot Chip é menos charmoso do que o anterior, mas é bom por levantar questões importantes sobre a vida de vários jeitos -- dançante ou mais melancólico. Sem abrir mão do que sabe fazer, o grupo vai mudando o tom de suas letras às medida em que amadurece. Quatro anos após o último álbum, "A Bath Full of Ecstasy" surge para mostrar uma banda pronta para seguir em frente.

Tracklist:

1 - "Melody of Love"
2 - "Spell"
3 - "A Bath Full of Ecstasy"
4 - "Echo"
5 - "Hungry Child"
6 - "Positive"
7 - "Why Does My Mind"
8 - "Clear Blue Skies"
9 - "No God"

Avaliação: muito bom




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