É o primeiro disco solo do compositor
Pela primeira vez na carreira, Stephen Malkmus está sozinho. Mas calma, não é nada disso que você poderia pensar. Olhando brevemente os trabalhos lançados pelo guitarrista, ele sempre esteve acompanhado por alguém -- seja outra pessoa ou uma banda. Duas décadas após o lançamento do último disco do Pavement, Malkmuns não parou de trabalhar, seja com os Silver Jews ou Jicks. Foram 12 discos de estúdio, um número bem respeitável para uma carreira solo. A empreitada solo acontece "Groove Denied", disponibilizado recentemente nos formatos físico e digital.
A abertura com "Belziger Faceplant" soa como se fosse um disco de David Byrne. Todos os efeitos e a maneira como a faixa vai ganhando corpo com o acréscimo de novos elementos lembra muito o que Byrne faz na carreira solo. E sem muito para dizer, o arranjo é o importante aqui. A viagem continua em "A Bit Wilder" que, provavelmente, soa melhor sob o efeito de algum psicotrópico legalizado.
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"Viktor Borgia" surge e mostra o lado mais calmo do disco, aquele lado para dançar como os góticos em South Park. Depois vem a balada "Come Get Me", essa mais recheada de guitarra e mais a cara dos trabalhos feitos por Malkmus nos últimos anos -- ainda assim, há um teor experimental na parte final. E "Forget Your Place" impressiona pelo tom sombrio, quase uma trilha de filme de ficção científica com muito drama.
A mudança de rumo é completa em "Rushing the Acid Frat" com suas guitarras e efeitos ao apresentar um arranjo mais feliz, assim como na engraçadinha "Love the Door" -- essa de tom mais infantil. Outra que bate com os trabalhos mais recentes do compositor é "Boss Viscerate" e seu bom potencial de fazer sucesso nas apresentações.
"Ocean of Revenge" também é uma balada bem divertida e boa de ouvir, mesmo completamente fora da proposta inicial do álbum. E o final reserva a melancólica "Grown Nothing" e seu refrão para lá de decorável em poucos minutos.
Não é um disco tão eletrônico como muita gente pode pensar e transita bem entre o Malkmus guitarrista e o aspirante a discípulo de David Byrne. No geral, o disco funciona bem e não é enfadonho para quem gosta desse tipo de ida e vinda em dois gêneros diferentes. Mas ele provou que pode, sim, se enveredar por outras propostas musicais e sair-se bem.
Tracklist:
1 - "Belziger Faceplant"
2 - "A Bit Wilder"
3 - "Viktor Borgia"
4 - "Come Get Me"
5 - "Forget Your Place"
6 - "Rushing the Acid Frat"
7 - "Love the Door"
8 - "Boss Viscerate"
9 - "Ocean of Revenge"
10 - "Grown Nothing"
Avaliação: muito bom
Clique aqui, aqui e aqui para assistir aos clipes de divulgação do disco.
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