Nunca te esqueceremos, Chris Cornell


Cantor morreu aos 52 anos na madrugada desta quinta-feira no Brasil

Black hole sun
Won't you come?
And wash away the rain
Black hole sun
Won't you come?
Won't you come?

É muito difícil digerir a notícia da morte de alguém que você admirava desde moleque. À medida em que crescemos, as pessoas vão morrendo. Faz parte do ciclo natural da vida. Mas a morte de Chris Cornell é dessas coisas inesperadas que partem o coração, já fragilizado por muitas perdas recentes na música.

Cornell faz parte de uma geração única, aquela que pegou todas as referências do rock, jogou no liquidificador e fez uma mistura única e histórica. E com sua voz rouca, cheia de maneirismos era reconhecida de longe. Nem mesmo um disco solo de gosto duvidoso manchou sua carreira – quer dizer, manchou, mas eu passei a ignorar e minha vida melhorou bastante.

Veja também:
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Discos para história: Temple of the Dog, do Temple of the Dog (1991)


Não tenho palavras para definir minha tristeza com essa perda, ainda mais com o fato de a polícia trabalhar forte com a hipótese de suicídio. Isso me deixa ainda mais triste, com uma sensação de impotência ainda maior. É o caso de não conseguir fazer nada, o que deixa o cenário de tristeza ainda maior para todos nós.

Já sabemos que as músicas do Soundgarden vão aumentar a execução nos serviços de streaming, já sabemos que textos relembrarão sua carreira, já sabemos que muitas bonitas homenagens serão feitas. Já sabemos de tudo isso. Só não sabemos quando isso vai passar. Não é o caso de doença, é o caso de alguém jovem que, possivelmente, tirou a própria vida. Talvez falemos em injustiça, mas só ele sabia da própria dor. Entender nunca será fácil. Nunca mesmo.

Hoje muita gente vai passar o dia ouvindo Soundgarden, muita gente vai relembrá-lo. Mas poucos ficarão com esse vazio impreenchível até esse assunto deixar de ser a primeira coisa na nossa cabeça. Porque não vamos esquecer nunca.

Stuttering, cold and damp
Steal the warm wind tired friend
Times are gone for honest men
And sometimes far too long for snakes
In my shoes, a walking sleep
And my youth I pray to keep
Heaven send Hell away
No one sings like you anymore



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