Prince nos serviços de streaming vai contra vontade do cantor em vida


Discografia está perto de ser disponibilizada novamente

Há quase um ano, Prince (1958-2016) morreu após ter uma overdose no estúdio em que estava trabalhando. O cantor foi um dos grande gênios da música, isso é fato. Mas ele também foi bem combativo quando o assunto era seu legado musical nesses novos tempos de Spotify, Deezer e outros mais. Assim como muitos outros nomes conhecidos da música, ele optou por disponibilizar seu catálogo apenas no Tidal, empresa formada por artistas que desejavam ter mais controle sobre o próprio material e o dinheiro recebido.

Não esperaram nem 12 meses completos sem o cantor para uma reviravolta completa. De acordo com matéria publicada na Pitchfork, ontem (30), a discografia do cantor será disponibilizada na Apple Music e na Amazon no dia 12 de fevereiro. E as negociações entre o espólio do cantor, o Spotify e a Warner Music estão bem adiantadas. Caso tudo dê certo, Prince voltará aos serviços de streaming no dia do Grammy, quando receberá uma homenagem da organização.

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O cantor não era apenas bem combativo nesse assunto, era definitivamente contra. Em 2014, ele simplesmente retirou todo seu material da internet, incluindo o YouTube, e apagou seus perfis das redes sociais. Todos tratavam como mais uma excentricidade dele, mas era puro marketing. Um ano depois, ele estava de volta ao Tidal, acreditando na união entre artistas do calibre de Jay Z, Madonna, Coldplay e outros. E quem não era assinante do serviço ficou chupando o dedo.

Meses após a morte de Prince, o espólio processou os principais acionistas do Tidal alegando problemas contratuais. A empresa alega ter direito a tudo, inclusive as canções não finalizadas; o espólio discorda. Prince, como escreveu Paul Mason no jornal britânico 'The Guardian', sempre controlou sua obra, mas nunca deu sinais de como desejava ser explorado depois de morto. Não deu tempo, claro. Muitos herdeiros de direitos não olham para o que o artista fazia ou desejava em vida, mas para o quanto podem lucrar ao explorar sua imagem pós-morte. É assim com a maioria, será assim com Prince.

Por um lado, como admirador de sua obra e fã dos serviços de streaming, será muito bom ter sua discografia de volta. Por outro, existe uma falta de respeito do espólio pelas posições de Prince sobre essa questão. É claro que ele não queria isso – ou não queria dessa forma, pelo menos. O que tiramos disso? Que o jogo é jogado por quem controla as peças. Se existe um novo jogador, a jogada muda de lado. E lucra.

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