Melhores do ano - 2016


Uma pequena reflexão sobre como foi o ano que passou

O Music on the Run tem uma missão enquanto o projeto existir: música é o lema. Ao longo dos anos, consegui melhorar um pouco o trabalho escrito ao ouvir mais discos de diferentes gêneros e tentar abrir o leque de opções. Também aprendi a amar trilhas sonoras, hoje parte fundamental da existência do blog.

Ainda não é um blog gigante com milhares de acessos diários, mas estamos crescendo bem e atingindo o coração de algumas pessoas. Um dos objetivos era ter um público fiel, ainda que pequeno, que valorizasse as postagens e voltasse. Que encontrasse no Music on the Run exatamente o que queira, que soubesse que o blog é um lugar pequeno, mas útil na internet. Aliás, se tem uma coisa que aprendi nesses quase dez anos trabalhando: ser útil ao leitores – seja com boas matérias, textos, um furo de reportagem ou apenas algum post interessante – é a melhor coisa que podemos fazer. Nada de caça-cliques ou tentar copiar o sucesso do momento. Identidade é fundamental para ser visto, grande ou pequeno.

As coisas mudam rapidamente de uma hora para outra. É uma nova rede social, é um novo app, um novo jogo, alguma coisa que fará o potencial leitor colocar o veículo de lado por algum instante. Às vezes, sendo um pequeno bote no mar de informação da internet, confesso que é desanimador observar certas coisas. Porque uma coisa que tento fazer diariamente é olhar de fora e ter uma visão ampla dos acontecimentos para tentar dar o próximo passo. Ou recuar, se for o caso. Seguir é sempre difícil.

Tocar um blog independente com pouco dinheiro é uma experiência e tanto para vida. Trabalhar para os outros é muito diferente do que trabalhar para si. Para os outros, sempre tem alguém para te ajudar e corrigir o rumo se algo dá errado, te dar uma bronca se fez algo errado. Sozinho é sempre mais difícil, porque é muito mais fácil se perder. E, quando o erro vem, é pior. A cobrança em si mesmo por um acerto é sempre maior, e isso, muitas vezes, mais atrapalha do que ajuda. É difícil arriscar, é difícil avançar e propor alguma coisa. Sair do mais do mesmo é algo demorado e estudado. Muitas ideias não saem do papel por falta de coragem, dinheiro ou ambas. Estrear no YouTube foi muito difícil e ainda preciso aprender muito, mas está sendo uma experiência e tanto sair de zona de conforto.

No documentário The Class of '92, a história de uma geração das categoria de base do Manchester United que virou a mais vitoriosa do clube, aparecem alguns dos jogadores mais talentosos da época. Gary Neville, o futuro lateral e capitão, não é nenhum um pouco talentoso. Não tem a metade do talento de David Beckham, por exemplo. Mas ele era o primeiro a chegar e o último a sair, inclusive improvisando iluminação para treinar no início da noite. Ele era um trabalhador nato, alguém que sabia da sua limitação e treinava mais do que qualquer um. É exatamente assim que me sinto. Sei que não sou o melhor para falar de música, há uma dezena muito melhores – inclusive já tive o prazer de ter alguns deles escrevendo aqui –, e sei que tenho que trabalhar muito mais do que eles para tentar conquistar alguma coisa. Quem sabe, um dia, não consiga fazer disso aqui meu sustento. E vou seguir assim até onde der.


30 discos lançados no Brasil em 2016
50 discos internacionais lançados em 2016
Banda, canção do ano, retorno do ano, lembrança, livro, série e/ou documentário


Veja também:
Melhores do ano - 2015
Melhores do ano - 2014
Melhores do ano - 2013
Melhores do ano - 2012
Melhores do ano - 2011

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