Livro: Black Sabbath - A Biografia, de Mick Wall (2013)


Jornalista escreveu sobre a banda favorita em deliciosa biografia

O Black Sabbath já tem data para terminar. Quase 50 anos e mais de 20 músicos, parte da formação original (Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler; Bill Ward ficou de fora por problemas contratuais) está com a missão de fazer esses shows de despedida pelo mundo – com quatro apresentações, Brasil está na rota em dezembro. Pelo tamanho, história e influência, só mesmo Mick Wall para conseguir condensar anos de informação, encontros e desencontros da banda na biografia lançada em 2013 (360 págs, Ed. Globo, R$ 40 em média).

Contando como os quatro eram fracassados e sem perspectivas na distante Aston, em Birmingham, quis o destino que eles se unissem em definitivo depois do pedido de demissão de Iommi do Jethro Tull – evento que mudaria os rumos da música para sempre, afetando a vida de todos de forma definitiva.

Mais livros:
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Livro: Luz e Sombra – Conversas com Jimmy Page, de Brad Tolinski

Wall não só acompanhou o Sabbath como fã, mas como jornalista ao trabalhar para diversos veículos e como Relações Públicas do grupo. Entre idas e vindas, foram 35 anos bem próximo das loucuras deles. Ozzy dispensa apresentações, mas saber que Iommi é um mandão e ególatra que jogou a reputação do grupo no lixo ao tentar mudar a própria realidade se entupindo de cocaína farmacêutica. Ou saber dos problemas de Butler ao longo dos anos, entre idas e vindas nas mais diversas formações, assim como os de Ward – um alcoólatra e viciado em cocaína sempre em recuperação.

O autor não só conta isso, mas conseguiu entrevistar boa parte dos músicos que passaram pela banda ao longo dos anos. Para ficar em apenas um exemplo: foram oito vocalistas (Dave Walker, Ronnie James Dio, Ian Gillan, Ron Keel, David Donato, Glenn Hughes, Ray Gillen e Tony Martin) depois da demissão de Ozzy, o culpado pelos fracassos nas paradas de sucesso entre o fim dos anos 1970 e início dos anos 1980. Por sorte, Iommi conseguiu Dio. E disso veio a segunda melhor formação da história do Sabbath. Mas nada isenta Iommi de ter mais fracassos do que acertos ao longo dos anos. Ele não soube administrar o próprio ego, tampouco o dos outros. E Wall bate nisso ao destrinchar com detalhes cada momento. O golpe de misericórdia vem no relato sobre Randy Rhoads.

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"O que o ter a ver o guitarrista com o Sabbath?"

Simples. A carreira solo de Ozzy eclipsou sua antiga banda ao passado – tanto é que a turnê que acontece hoje era especulada desde o meio dos anos 1980. Enquanto ele decolava em seu trem maluco, Iommi ia enterrando a lenda do Sabbath cada vez mais baixo. Até que, no início dos anos 1990, a vitoriosa empresária Sharon Osbourne, filha do famoso e também empresário Don Arden e responsável por colocar o marido nos trilhos na vida e na carreira de sucesso, assumiu também os negócios do Black Sabbath. E aí chegamos a hoje, na turnê de despedida.

Por ter tantas boas histórias, o Black Sabbath merecia uma biografia deste tamanho, cheia de detalhes e mostrando todos os fracassos acumulados. Mas também há as saborosas vitórias, sendo a principal delas: ser a banda mais influente do heavy metal. Isso ninguém tira.


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