Resenha: Black Sabbath – 13

13

O Black Sabbath foi a grande primeira banda do que viria a ser chamado de metal. Formada por Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, os então garotos pobres de Birmingham só queriam uma coisa: diversão. Com boas sacadas nas letras e nos riffs, eles cresceram e viraram referência do gênero. Mas drogas e desentendimentos ao longo dos anos 1970 geraram a demissão de Ozzy um ano depois do lançamento de Never Say Die!, de 1978.

Então Osbourne partiu para uma bem sucedida carreira solo, enquanto os outros membros seguiram suas vidas no Black Sabbath, e depois no Heaven & Hell. Uma reunião sempre foi esperada pelos fãs, e isso aconteceu em 2011, quando anunciaram o retorno do grupo que marcou época. Desentendimentos entre Ward e os outros membros acabaram limando o baterista da turnê – o motivo alegado foi que ele não aguentaria o ritmo dos shows; também falaram que Bill queria dinheiro, coisa que os outros não concordaram. O fato é que, sem o baterista da formação original, uma turnê foi marcada e as gravações de 13 aconteceram sem ele, e o 19º disco de estúdio do grupo saiu assim mesmo.


O disco começa com “End of the Beginning”, música que teve sua estreia no encerramento da temporada do seriado CSI. O forte riif de guitarra no início mostra que Iommi, apesar do câncer e dos problemas que enfrentou durante as gravações, segue mais em forma do que nunca. Todo um clima é criado até a entrada da voz de Ozzy, que confessou que retornou às drogas durante as sessões. Antes dos três minutos, a música ganha uma virada e acelera, e esse, sim, é o cartão de visitas do retorno do Black Sabbath.

A segunda faixa é foi lançada como single. “God is Dead?” também começa lenta, evolui rapidamente para um início forte para voltar ao início. A entrada do vocal torna a canção, com uma temática bem pesada, em algo soturno e tenebroso. A destacar o impecável baixo de Butler e a ponte entre o meio e o final da canção, muito bem construída.

Como o nome já diz, “Loner” conta a história de uma pessoa sozinha e enfatiza situações de tristeza ao longo de uma vida em uma canção que exalta bastante a guitarra de Iommi. Já “Zeitgeist” começa com a risada característica de Ozzy e segue um clima de balada.

“Age of Reason” vai crescendo à medida que a melodia vai evoluindo, e a canção tem momentos bons – aqui, a voz consegue se destacar bem. A guitarra de Iommi se destaca novamente, mostrando que ele é a referência. “Live Forever” aparece como música com menor duração e mais rápida e pesada do que as outras, e tem o andamento que deve funcionar muito bem ao vivo.

Em sua autobiografia, Osbourne afirmou que o Black Sabbath era uma banda de blues que tocava bem rápido, e ele não mentiu. “Damage Soul” lembra muito o ritmo do pai do rock. Para encerrar temos “Dear Father”, uma canção boa, comovente e que, talvez, possa até resumir a carreira de uma das melhores bandas dos anos 1970.

Sem ousar em seu retorno, o grupo deu aos fãs o álbum que eles queriam: simples, sem firulas e muito competente. Brad Wilk, baterista do Rage Against The Machine, consegue fazer bem seu serviço, enquanto os três membros originais conseguiram colocar suas marcas no registro – apesar da voz de Ozzy parecer mais debilitada do que nunca.

13 não é um grande álbum, e nem esperava que fosse, porém atende bem esse retorno. Parece que a banda seguiu exatamente do ponto em que Osbourne deixou o grupo, o que não é ruim. Se for mesmo o último registro em estúdio, encerra a carreira do grupo com muita dignidade e corrige o curso da história. O Sabbath conseguiu manter-se nas paradas ao longo dos anos, mas essa história precisava acabar com Ozzy nos vocais.

Tracklist:

1 - "End of the Beginning"
2. - God Is Dead?"
3 - "Loner"
4 - "Zeitgeist"
5 - "Age of Reason"
6 - "Live Forever"
7 - "Damaged Soul"
8 - "Dear Father"

Nota: 3/5

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=OhhOU5FUPBE]