Resenha: Kurt Vile – B’lieve I’m Goin Down...


Nos últimos dois anos, Kurt Vile deixou de ser um cara que saiu do War On Drugs para tentar uma carreira solo, ele virou uma referência na música indie no quesito misturar o novo indie com experimentalismo e um toque de acústico. Dois anos depois de seu último disco, ele retorna com um novo trabalho de inéditas chamado B’lieve I’m Goin Down..., um dos lançamentos mais aguardados do mundo da música (indie) neste primeiro semestre.

O tom do disco inteiro é acústico, então não dá para esperar muita coisa além disso. Então, ao começar com a pegajosa "Pretty Pimpin", Kurt Vile mostra que encontrou um caminho em sua carreira – letra rápida e fácil de decorar, melodias simples e uma espécie de folk para jovens. A realmente folk "I’m an Outlaw" é boa por colocar o cantor em uma canção em que o banjo domina tudo, com uma guitarra bem leve ao fundo.

Quase um country, "Dust Bunnies" tem aquele quê de história e uma parte da melodia serve de refrão instrumental. Tudo isso ajuda a deixar a faixa bem redonda, quase dançante, enquanto é possível ouvir um relato bem próximo da nossa realidade. Nesse tipo de disco, é muito fácil prever quando virá aquela música melancólica o suficiente para deixar qualquer ouvinte de coração mole abalado. E ela aparece na ótima "That’s Life, tho (almost hate to say)", um soco do estômago.

Mais uma da categoria triste, ainda mais graças ao arranjo, "Wheelhouse" é outra sobre nós e como fazemos coisas para satisfazer aos outros apenas por atenção, dinheiro ou pequenos privilégios. No fim, nada disso vale, e a faixa deixa isso claro. Soando uma continuação da anterior, a boa "Life Like This" fala sobre viver ‘uma vida como a minha’. E de poucas palavras, "All in a Daze Work" tem uma melodia no violão muito serena e reflexiva, feita para ser ouvida no total silêncio e aprecia-la por inteira.

Melhor trabalho, "Lost my Head there" tem a base no piano e tem potencial imenso para fazer sucesso nas apresentações em lugares fechados, e a romântica "Stand Inside" é bem realista quando fala de amor – é difícil não rolar uma identificação imediata. A instrumental "Bad Omens" serve de abertura para as duas canções finais do álbum: a mediana "Kidding Around" e "Wild Imagination", uma ótima balada.

No fim das contas, Vile consegue entregar um álbum interessante, contemporâneo (no sentido de dialogar com qualquer um de nós ao falar de assuntos atuais) e que o caminho da música acústica é sempre bom quando de qualidade.

Tracklist:

1 - "Pretty Pimpin"
2 - "I’m an Outlaw"
3 - "Dust Bunnies"
4 - "That’s Life, tho (almost hate to say)"
5 - "Wheelhouse"
6 - "Life Like This"
7 - "All in a Daze Work"
8 - "Lost my Head there"
9 - "Stand Inside"
10 - "Bad Omens"
11 - "Kidding Around"
12 - "Wild Imagination"

Nota: 3,5/5



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