Resenha: Eric Marienthal & Chuck Loeb – Bridges


Por Gabriel Carvalho

Eric Marienthal, saxofonista, tem 57 anos e já foi membro da Chick Corea Elektric Band, além de ter gravado 13 discos como artista solo e participado de gravações de outros artistas. Chuck Loeb, guitarrista, tem 59 anos. O músico fez parte da banda de apoio de Stan Getz, foi um dos integrantes do grupo de fusion Metro e é um dos atuais membros do Fourplay – que conta, entre outros, com o excelente Nathan East, que tocou com Eric Clapton por muitos anos.

Marienthal e Loeb juntaram as forças e gravaram Bridges, lançado recentemente. No entanto, não é a primeira vez que eles se encontram em estúdio. It’s Love, álbum lançado pelo saxofonista em 2012, foi produzido pelo guitarrista, que também tocou em algumas faixas daquele registro.

Pois bem, vamos ao que interessa: Bridges tem um pouco de tudo dentro do que é considerado jazz. Fusion, smooth jazz, pitadas de bebop e ritmos latinos, guiados por uma produção muito boa. “Westward” abre o disco com dedilhados de Loeb em várias camadas suaves, que ganham a companhia do sax de Marienthal. Daí pra frente, o clima de smooth jazz, com pequenas doses de fusion, toma conta da faixa, suave e muito bem executada.

“Crossing” vai além da faixa de abertura no que tange ao smooth jazz. O guitarrista empunha um violão e faz o dueto com o saxofonista na parte dos ‘versos’ da canção e... é isso, nada de especial. Diferente de “Puentes”, com seu belo dedilhado de violão clássico e melodia recheada de ritmos latinos – o destaque aqui, só pode ser o trabalho de Loeb, que impressiona.

“Last Minute Blues”, apesar do nome, é jazz na veia. Importante destacar o trabalho dos músicos de apoio: o excelente John Patitucci – que já foi tema de resenha neste espaço – no baixo, Byron Landham na bateria e David Charles na percussão estão brilhantes nesta faixa, assim como os protagonistas. “Daily Bread” retoma o clima suave, dominada pelo clarinete de Marienthal. “Lucky Southern”, com deliciosos momentos de Brasil, é um dos grandes momentos do disco. A sensação é de que todos os músicos estão se divertindo ao tocar a faixa.

“Salamanca” é uma espécie de smooth jazz com toques latinos (e brasileiros novamente), uma mistura deveras interessante. “Duality” é um jazz sem bateria: baixo, guitarra e sopro dão conta do recado tranquilamente. “Sun Rays” pende mais para o fusion e também vale a audição. Para fechar o disco, mais smooth jazz em “Noir”. O nome da canção se justifica, pois o ouvinte consegue imaginar a melodia servindo de trilha sonora para um filme do gênero que possui o mesmo nome da faixa.

Bridges é um disco muito bem tocado e muito bem produzido. Uma união de dois artistas (Marienthal e Loeb) que sabem o que querem e como querem que isso seja feito.

Tracklist:

1 – “Westward”
2 – “Crossing”
3 – “Puentes”
4 – “Last Minute Blues”
5 – “Daily Bread”
6 – “Lucky Southern”
7 – “Salamanca”
8 – “Duality”
9 – “Sun Rays”
10 – “Noir”

Nota: 4/5


Veja também:
Resenha: Ghost – Meliora
Resenha: Miley Cyrus – Miley Cyrus and Her Dead Petz
Resenha: Motörhead – Bad Magic
Resenha: Corpo-Mente - Corpo-Mente
Resenha: Mariana Aydar – Pedaço Duma Asa
Resenha: Jackie Greene – Back to Birth
Resenha: Public Enemy – Man Plans God Laughs