Resenha: Motörhead – Bad Magic


Por incrível que possa parecer, apesar de frágil e debilitado por vários problemas de saúde, Lemmy Kilmister segue vivo (até o fechamento desse texto, pelo menos). E ainda mais incrível é o fato de que o Motörhead segue na ativa, apesar de tudo isso – recentemente, eles cancelaram uma apresentação depois de Lemmy passar mal. No início desta semana, a banda colocou no mercado Bad Magic, 22º trabalho. Só que pintou uma dúvida.

Escrever ou não escrever sobre o álbum?

Porque, sinceramente, quem espera algo diferente do Motörhead neste novo álbum com relação ao último pode se considerar uma pessoa muito otimista. Mas falar dessa banda que uniu o hard rock, o speed e o heavy metal em uma coisa só ainda é um privilégio, então é melhor aproveitar enquanto eles não encerram as atividades.

Primeira faixa, "Victory or Die" é aquela que Lemmy tocará com prazer em qualquer abertura de show. Sem delongas ou um pequeno ‘abre’, ela começa com tudo e vai assim, em uma velocidade incrível, até o final, e "Thunder & Lightning" mantém bem o ritmo daquele jeito: o baixo nas alturas e a guitarra pesada e bem forte. Soando a continuação da anterior, "Fire Storm Hotel" é aquela que satisfará qualquer fã da banda – e aqui podemos ver a voz desgastada e fraca de Lemmy mal conseguindo dar conta de cantar.

Mesclando heavy e speed metal, "Shoot Out All of Your Lights" tem a banda colaborando mais entre si do que nas outras, principalmente por Phil "Wizzö" Campbell e Mikkey Dee ajudando mais com os vocais de apoio. Um ponto interessante em "The Devil" é que ela pode ter a capacidade de chamar a atenção de algum garoto que ainda não definiu bem seu estilo musical e ainda deseja uma identidade, e isso pode ser completado com "Electricity" e seu refrão grudento. Mesmo capenga e sem perspectiva de continuar no longo prazo, o Motörhead ainda pode converter gente ao metal.

A sombria "Evil Eye", a barulhenta "Teach Them How to Bleed", a acústica "Till the End" e a mais do "Tell Me Who to Kill" fecham a meiúca do disco, apenas razoável, mas há de se considerar o estado de saúde e a idade de todos os membros do grupo. Se "Choking on Your Screams" é pesada e tem um vocal mais gutural, "When the Sky Comes Looking for You" é outra que entra naquela de mais do mesmo que o Motörhead faz em todo álbum.

Depois de tudo isso, surge um cover de "Sympathy for the Devil", dos Rolling Stones, para fechar o disco. Pode não parece, mas Lemmy é muito fã dessas bandas dos anos 1960 e é uma bela homenagem em um trabalho de muito mais do mesmo, suficiente para agradar aos fãs e a eles mesmos. Não dá para saber se é o último disco do grupo, mas não deixa de encerrar em grande estilo.

Tracklist:

1 - "Victory or Die"
2 - "Thunder & Lightning"
3 - "Fire Storm Hotel"
4 - "Shoot Out All of Your Lights"
5 - "The Devil"
6 - "Electricity"
7 - "Evil Eye"
8 - "Teach Them How to Bleed"
9 - "Till the End"
10 - "Tell Me Who to Kill"
11 - "Choking on Your Screams"
12 - "When the Sky Comes Looking for You"
13 - "Sympathy for the Devil" (The Rolling Stones cover)

Nota: 3/5


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