Resenha: My Morning Jacket – The Waterfall


Formado por Jim James (vocal/guitarra), Tom 'Two-Tone Tommy' Blankenship (baixo), Patrick Hallahan (bateria), Carl Broemel (guitarra) e Bo Koster (teclado), o My Morning Jacket é uma banda bem conhecida no cenário indie, mas ainda não conseguiu fazer a transição para o mainstream, mesmo com quase 20 anos de estrada.

The Waterfall, sétimo trabalho de estúdio, começa com "Believe (Nobody Knows)", canção leve que conta com bastante apelo pop graças ao refrão grudento e ao riff de guitarra que o acompanha, assim como "Compound Fracture" – mais efeitos na voz e o teclado ajudam a criar um clima favorável na audição –, e "Like a River" é uma balada acústica bem feita e interessante de ouvir, principalmente pelos efeitos ao fundo.

Para quem gosta de música psicodélica, a que fica entre Pink Floyd do início da carreira de 13th Floor Elevators, "In Its Infancy (The Waterfall)" é ideal. Os efeitos na guitarra, nos vocais e os longos períodos instrumentais inserem o ouvinte em um mundo tranquilo e relaxante. Se é possível falar da beleza de uma música, "Get the Point" é uma das mais bonitas que ouvi neste ano. Só ouvindo para ter noção, mas uma pena que o encanto acabe em "Spring (Among the Living)", canção que peca pelo excesso (se tirassem um minuto e meio, ficaria bem melhor).

Quase um soul, e bom, "Thin Line" tem um acompanhamento melódico muito belo de se ouvir, prendendo a atenção do primeiro ao último minuto, enquanto "Big Decisions" tem aquele ar pop comercial que, aliada a um refrão que dificilmente sairá da sua cabeça, dá a chance de ter um bom single tocando nas rádios pelo mundo, e isso é sempre bom para ter seu disco ouvido um tanto a mais.

Ao ouvir "Tropics (Erase Traces)", de cara, é possível lembrar o Pink Floyd dos anos 1970, algo mais progressivo, técnico e cheio de alternativas na melodia, do que algo psicodélico repleto de momentos instrumentais improvisados pela banda por dois, três minutos. E "Only Memories Remain", uma balada bem tranquila, encerra o álbum de maneira sublime.

Mesmo pecando pelo excesso em alguns momentos, o My Morning Jacket conseguiu fazer um ótimo disco. Calçado em influências do psicodélico e do progressivo, e aliado ao tipo de música que se faz atualmente, ficou um disco muito bom para ouvir atentamente do início ao final, algo bem legal nos tempos atuais de pressa e rapidez.

Tracklist:

1 - "Believe (Nobody Knows)"
2 - "Compound Fracture"
3 - "Like a River"
4 - "In Its Infancy (The Waterfall)"
5 - "Get the Point"
6 - "Spring (Among the Living)"
7 - "Thin Line"
8 - "Big Decisions"
9 - "Tropics (Erase Traces)"
10 - "Only Memories Remain"

Nota: 4/5


Veja também:
Resenha: Mountain Goats – Beat The Champ
Resenha: Palma Violets – Danger in the Club
Resenha: Tulipa Ruiz – Dancê
Resenha: Hindi Zahra – Homeland
Resenha: Bill Laurance - Swift
Resenha: Mumford and Sons – Wilder Mind
Resenha: Passion Pit – Kindred