Resenha: Mountain Goats – Beat The Champ


Representado na figura de John Darnielle, o Mountain Goats está na estrada desde 1991 e teve várias formações, entre elas uma que contava com Annie Clark (aka St. Vincent) e Owen Pallett, muito conhecido por seu recente trabalho nas trilhas sonoras. Fixado com Darnielle, Peter Hughes e Jon Wurster há algum tempo, eles lançaram Beat the Champ, 15º disco de estúdio da banda, no início de abril.

Esse trabalho tem uma característica interessante: a temática das músicas tem como pano de fundo a luta livre profissional (WWE, sigla em inglês), um sucesso incrível nos Estados Unidos. O início, em "Southwestern Territory", traz uma faixa lenta e tranquila, servindo bem como introdução ao álbum, mas o assunto WWE entra com tudo em "The Legend of Chavo Guerrero", história do lutador Chavo Guerrero, o primeiro de uma família de mexicanos lutadores. Ah, a música é bem animada.

"Foreign Object" segue a linha de balada forte só no violão – o trompete ao fundo dá um complemento bem legal –, e "Animal Mask" mantém o ritmo, agora falando dos tipos de máscaras usadas por alguns lutadores (geralmente a WWE mexicana tem mais esse tipo de coisa). Uma boa música do álbum é a curta "Choked Out" que, com seu menos de um minuto e meio, coloca o ouvinte para pular.

Já "Heel Turn 2" toca na questão filosófica entre morte e vida ao usar a luta livre como pano de fundo. Por ser um pano de fundo diferente, até leva a pensar seriamente sobre o tema, apesar de ser um pouco longa e cansativa no terço final. E "Fire Editorial", por ser basicamente inteira no piano, é um tanto sombria e mais pesada que a anterior, e até por isso é boa. Oitava música do álbum, "Stabbed to Death Outside San Juan" fala da morte do lutador Bruiser Brody usando um estilo Lou Reed de cantar/declamar a letra – algo que beira o teatral. Quase um punk cigano, "Werewolf Gimmick" apresenta bastante da influencia latina que a WWE ganhou nos últimos anos.

"Luna", perto das outras, está bem próximo do jazz, e uma pena que tenham optado por fazer de "Unmasked!" uma balada chata no violão, sendo que daria para fazer algo melhor. Outra boa canção do registro é "The Ballad of Bull Ramos", que conta a história de Apache Bull Ramos, um dos grandes nomes da história da WWE. O trabalho acaba com a acústica e triste "Hair Match".

É um bom álbum e bem interessante para se ouvir. Não é genial, longe disso, mas é bom para ouvir e até para conhecer um pouco mais da WWE se houver interesse, principalmente pelas boas letras e temáticas profundas em alguns momentos.

Tracklist:

1 - "Southwestern Territory"
2 - "The Legend of Chavo Guerrero"
3 - "Foreign Object"
4 - "Animal Mask"
5 - "Choked Out"
6 - "Heel Turn 2"
7 - "Fire Editorial"
8 - "Stabbed to Death Outside San Juan"
9 - "Werewolf Gimmick"
10 - "Luna"
11 - "Unmasked!"
12 - "The Ballad of Bull Ramos"
13 - "Hair Match"

Nota: 3/5


Veja também:
Resenha: Palma Violets – Danger in the Club
Resenha: Tulipa Ruiz – Dancê
Resenha: Hindi Zahra – Homeland
Resenha: Bill Laurance - Swift
Resenha: Mumford and Sons – Wilder Mind
Resenha: Passion Pit – Kindred
Resenha: Pélico – Euforia