Resenha: Hindi Zahra – Homeland


Hindi Zahra é uma cantora franco-marroquina com uma curta carreira como cantora. Morando em Paris desde os anos 1990, ela aprendeu sozinha a tocar vários instrumentos e fez sua primeira incursão na música em 2005, quando lançou um EP com seu nome – até ali, ela já tinha 50 canções escritas. Em 2010, colocou no mercado Handmade, seu primeiro disco solo, sucesso na Europa, e isso a fez ser uma das revelações daquele ano ao ganhar vários prêmios.

A partir dali, ela não parou mais, colaborando com inúmeros músicos europeus, franceses em sua maioria. Cinco anos depois de explodir, ela retorna com seu mais novo disco solo, Homeland. A introdução de mais de 30 segundos, e um tanto soturna, dá o tom de "To the Forces", primeira faixa do disco. A voz de Zahra, combinada com aos ritmos africanos, ganha tons de cinza em uma música quase tradicional.

Um quase samba (ali dos anos 1940) aparece na leve "Silence", aquele tipo bonito de canção que deveria aparece mais por ai por equilibrar bem uma melodia simples e um belo vocal, mas isso não acontece na comum "Any Story", soando muito próximo do trabalho de Lana Del Rey, por exemplo. Tudo melhora vertiginosamente na belíssima "Un Jour", momento do álbum de Zahra honrar sua língua materna e cantar em francês – se o inglês é bom para rock, francês é ótimo para músicas pop e românticas.

Se existia uma influência brasileira pela metade, se completou em "Can We Dance". Não é difícil imaginar Bebel Gilberto cantando essa quase bossa nova muito interessante de se ouvir, e a bela e delicada "La Luna" consegue amarrar melhor o ouvinte ao chamar atenção por ser muito próxima das trilhas dos filmes de Quentin Tarantino. Talvez se fosse em francês, "The Blues" teria potencial maior, já que em inglês ficou bem maior.

"Broken Ones", perto de algumas outras deste mesmo registro, acaba soando comum e monótona, porém "Dream" e seu ar misterioso – semelhante aos encontrados em inícios de séries. Com uma mais perto da música regional marroquina ("Cabo Verde") e um jazz envolvente ("The Moon Is Full"), o álbum é finalizado de maneira a não deixar dúvidas: Hindi Zahra tem potencial para muito mais. Só falta acertar o tom do tipo de trabalho que deseja desenvolver na sua carreira – se algo mais próximo do jazz e de suas raízes franco-marroquina ou se prefere fazer algo mais pop.

Tracklist:

1 - "To the Forces"
2 - "Silence"
3 - "Any Story"
4 - "Un Jour"
5 - "Can We Dance"
6 - "La Luna"
7 - "The Blues"
8 - "Broken Ones"
9 - "Dream"
10 - "Cabo Verde"
11 - "The Moon Is Full"

Nota: 3/5


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