Dois discos: Jake Bugg e The Killers

Cantor desaponta mais uma vez; banda entrega primeiro trabalho consistente em uma década


Jake Bugg – Hearts That Strain

Jake Bugg apareceu como uma das revelações da música no início da década. Ele até estava indo bem, mas resolveu lançar On My One, um dos piores discos de 2016, uma tentativa frustrada de ser uma cópia ainda pior do que virou Ed Sheeran. Para tentar fazer as pessoas esquecerem desse desastre em forma de disco, o jovem cantor trabalhou para disponibilizar o mais rápido possível Hearts That Strain, o quarto disco de estúdio da curta carreira. Pois bem, o álbum soa corrido e, claramente, uma força-tarefa para esquecer o registro anterior. Mas não dá certo. Por que, afinal, ele quer ser o quê? Quer flertar com a música pop atual ou quer fazer algo grandioso como "The Man On Stage" indica? Não dá para ele ficar nesse limbo entre uma tentativa de John Mayer – outro que não se decidiu o que quer da vida – ou ser um Bob Dylan para adolescentes. Esse novo disco é bem esquecível.

Nota: 2/5

Veja também:
Dois discos: Rincon Sapiência e Criolo
Dois discos: Matt Cameron e Ariel Pink
Dois discos: Lindsey Buckingham & Christine McVie e Yusuf/ Cat Stevens
Dois discos: Boogarins e Praia Futuro
Dois discos: Maglore e Lucas Santtana
Dois discos: Waxahatchee e Haim
Dois discos: Otto e Paralamas do Sucesso



The Killers – Wonderful Wonderful

Das bandas surgidas na leva que incluiu Franz Ferdinand, Keane e The Killers, a última foi a que conseguiu subir o patamar e chegar a um razoável sucesso. Mas esse movimento custou abrir mão das guitarras do primeiro e ótimo Hot Fuss (2004). Isso se refletiu principalmente em Day & Age (2008) e Battle Born (2012), dois trabalhos muito ruins em que apenas os singles se salvam. Em Wonderful Wonderful, novo disco do grupo, há mais consistência do início ao fim, mas ainda é difícil não colar na imagem do Killers uma ótima banda para criar – no máximo – duas ótimas canções por trabalho. Impossível não sair cantando por aí "The Man" o dia inteiro ou não achar que a faixa-título é mais uma que merece ser citada. Outro problema nesse disco é a duração das faixas, em que a maioria passa dos quatro minutos e começa a ficar muito repetitivo. De resto, é o primeiro álbum não-ruim desde Sam's Town (2006). Muito tempo para quem tem pretensões altas.

Nota: 3/5

Saiba como ajudar o blog a continuar existindo

Gostou do post? Compartilhe nas redes sociais e indique o blog aos amigos!