Resenha: Swervedriver - I Wasn't Born to Lose You


Na onda dos retornos de banda dos anos 1990 que estavam aposentadas, ou quase, o Swervedriver resolveu lançar um novo disco de inéditas depois de 18 anos. Como muitos de seus contemporâneos, Adam Franklin não viu mais sentido em continuar em um grupo que não dava mais a mesma sensação de prazer de outros anos.

Unindo várias vertentes do rock, como indie, psicodelia e shoegaze, o Swervedriver voltou com tudo: turnês, disco novo e, ao que parece, cheio de energia para enfrentar o século 21. Mas voltar não é garantia de nada porque, por exemplo, o Pixies voltou, mas lançou um trabalho muito ruim recentemente e as apresentações não têm um décimo de ânimo de anos antes. Então, ter um bom disco acaba sendo fundamental para não colocar as esperanças de bons shows apenas no repertório antigo.

Existem músicas que ultrapassam a barreira do tempo, outras ficam tão datadas que conseguem representar bem àquele ano. "Autodidact", primeira canção de I Wasn't Born to Lose You, é exatamente sobre o segundo grupo. Caso fosse lançada nos anos 1990, teria sido sucesso absoluto. Com toques de shoegaze e pop, "Last Rites" mantém a sobriedade da abertura e consegue mostrar um Swervedriver em forma.

"For a Day Like Tomorrow" tem cara de single, cara de que pode ir além do álbum, principalmente nas apresentações ao vivo. A ponte instrumental entre os versos é muito bonita, emendando com uma parte final bem tocante. "Setting Sun", quarta faixa, parece uma continuação da anterior, diferente de "Everso" e seus traços psicodélicos e progressivos.

Pode ser até difícil de imaginar, mas "English Subtitles" é uma boa balada pop, enquanto "Red Queen Arms Race", a mais diferente de todo trabalho por usar mais experimentalismos, é a que mais me chamou atenção. As guitarras altas e os solos marcam "Deep Wound", enquanto a linda e melódica "Lone Star" consegue prender a atenção do ouvinte. Cheia de improvisos, camadas e belos detalhes, "I Wonder?" fecha o pacote com dez músicas muito bem.

O início do disco é meio travado e soa quase como a mesma coisa, e dá até para afirmar que o Swervedriver optou por um trabalho seguro. Mas a parte final é bem empolgante, e dá para perceber que a banda se soltou no estúdio na segunda metade do disco. Diferente do Pixies, e Adam Franklin conseguiram entregar um bom álbum no retorno à ativa.

Tracklist:

1 - "Autodidact"
2 - "Last Rites"
3 - "For a Day Like Tomorrow"
4 - "Setting Sun"
5 - "Everso"
6 - "English Subtitles"
7 - "Red Queen Arms Race"
8 - "Deep Wound"
9 - "Lone Star"
10 - "I Wonder?"

Nota: 3,5/5

Veja também:
Resenha: North Mississippi Osborne – Freedom and Dreams
Resenha: Noel Gallagher's High Flying Birds - Chasing Yesterday
Resenha: Kate Pierson - Guitars and Microphones
Resenha: Of Montreal - Aureate Gloom
Resenha: Steve Earle and The Dukes - Terraplane
Resenha: Drake - If You're Reading This It's Too Late
Resenha: Iron and Wine - Archive Series Volume No. 1

Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!