Resenha: Sleater-Kinney – No Cities To Love


Uma das bandas punks mais legais que já apareceram e fundamental na cena alternativa de Washington nos anos 1990, o Sleater-Kinney lançou sete álbuns até 2005, quando as integrantes resolveram dar uma pausa. Neste ano, quando completa 20 anos do lançamento do primeiro disco, elas retornaram com um trabalho de inéditas chamado No Cities To Love.

O mais legal desse retorno, além da volta em si, é ver que esse novo álbum foi lançado pela Sub Pop, a gravadora independente mais famosa do mundo e muito bem retratada na série-documentário Sonic Highways, dirigida por Dave Grohl. Ou seja, estamos diante de dois elementos históricos da cena punk da capital dos Estados Unidos juntos.

Um disco que começa com "Price Tag" tem tudo para dar certo. É aquela típica canção dos anos 1980 e 1990 que é cheia de improviso e soa um pouco desleixada, mas tudo é milimetricamente colocado para soar como uma espécie de documento sobre o punk. E é quase impossível não comprar essa ideia. A dançante "Fangless" coloca agitação e uma guitarra como destaque na segunda faixa.

O refrão incrivelmente forte de "Surface Envy" é mais do que o suficiente para dar crédito às Sleater-Kinney por essa ótima faixa. E há mais, como essa espécie de revival da cena alternativa dos anos 1990 que ainda gera bons frutos até hoje. A força de "No Cities To Love" lembra muito alguns dos bons momentos do Sonic Youth quando Kim Gordon assumia os vocais – aqui temos outra canção em que o refrão é muito forte e chama atenção.

"A New Wave" pode não impressionar de cara, mas sua letra contagiante e bem punk acaba fazendo o ouvinte cantá-la sem perceber. Sétima faixa, "No Anthems" é um pouco mais difícil do que as anteriores. Não por ser rebuscada ou qualquer coisa do tipo. Ao contrário, é bem simples. O que pode pegar é que nem todos têm esse conhecimento sobre a cena independente de Washington e podem estranhá-la um pouco por ser quase um lado B do Sonic Youth.

Já em "Gimme Love" o peso das guitarras é muito bom e satisfaz quem gosta desse tipo de recurso, diferente de "Bury Our Friends", que trabalha mais a base da canção em um bom refrão e um baixo competente. Sobre "Hey Darling": é curta, é punk, é empolgante e uma das boas do disco, enquanto "Fade" encerra muito bem o álbum.

Um retorno nunca é fácil, e isso está na moda nos últimos anos. Há os que voltam bem e os que voltam de maneira lamentável, o que não é o caso das Sleater-Kinney. No Cities To Love é um álbum muito bom, seguro, sem frescura, com canções muito boas e elas optaram por fazer algo que sempre fizeram muito bem.

Tracklist:

1 - "Price Tag"
2 - "Fangless"
3 - "Surface Envy"
4 - "No Cities To Love"
5 - "A New Wave"
6 - "No Anthems"
7 - "Gimme Love"
8 - "Bury Our Friends"
9 - "Hey Darling"
10 - "Fade"

Nota: 4/5



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