Resenha: Mark Lanegan Band - No Bells On Sunday EP


Mark Lanegan segue sua vida de cantor solo depois de fazer parte de grandes momentos da música alternativa dos anos 1990. Depois de ficar quase dez anos sem lançar nada, ele vem com três álbuns em dois anos e prepara o lançamento de mais um ainda neste segundo semestre.

O início de “Dry Iced” não espanta por casar bem com que Mark Lanegan vem fazendo. Mas, então, aparecem uns efeitos eletrônicos ao fundo; depois aparece a voz gutural dele. Se não fosse por isso, certamente olharia de novo para saber se coloquei o disco certo para rodar. Impressiona o fato de que parte dos músicos que fizeram sucesso há 20, 25 anos, tenham se empenhado em fazer coisas diferentes em suas carreiras fora de suas bandas.

No caso de Lanegan, a voz causa espanto de cara. Quando você se acostuma com a ideia, tudo desce melhor – depois do Radiohead, qualquer coisa eletrônica feita por uma banda de rock não merece uma análise apressada.  Já a faixa-título mostra uma delicadeza e bom gosto na escolha da melodia, uma mistura entre clássico e atual, que segue suave e tranquila ao mostrar uma letra pesada declamada com muita competência.

Com mais guitarras e menos camadas, “Sad Lover” é outra faixa pesada, mas ganha outra conotação por ser acelerada e cheia de energia – apesar de falar em coração quebrado e outros sentimentos partidos ao meio depois de um relacionamento fracassado. Sempre pensei no cantor como possível substituto de Leonard Cohen, ao lado de Nick Cave, no quesito canções poéticas sombrias. Um exemplo disso é “Jonas Pap”, a típica história de um cara que enfrenta seus demônios diariamente.

O encerramento, com “Smokestack Magic”, de novo coloca a mescla de guitarras e eletrônico à vista. O destaque vai para o verso “before I was Jesus Christ”, que domina boa parte da letra. Isso mostra que o cantor deseja mostrar outra cara em sua carreira solo – o que é sempre uma boa pedida.

No geral, é um bom EP. Com apenas cinco canções, as belas “No Bells On Sunday” e “Sad Lover” se sobressaem, mas as outras não são ruins – estão em nível médio. A expectativa pelo novo disco solo de Mark Lanegan só cresce.

Tracklist:

1 – “Dry Iced”
2 – “No Bells On Sunday”
3 – “Sad Lover”
4 – “Jonas Pap”
5 – “Smokestack Magic”

Nota: 3,5/5



Veja também:
Resenha: The Gaslight Anthem – Get Hurt
4 em 1: Toni Braxton & Babyface, Mike Oldfield, Angel Olsen e Joe Louis Walker
Resenha: Opeth - Pale Communion
Resenha: Tatá Aeroplano – Na Loucura e Na Lucidez
Resenha: Sinéad O’Connor – I’m Not Bossy, I’m The Boss
Resenha: Antemasque – Antemasque




Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram e no G+

Comentários