Filme: Rolling Stones in Cuba - Havana Moon, por Paul Dugdale


Show da banda inglesa na ilha foi documentado e colocado nos cinemas em apresentação única

A passagem dos Rolling Stones pela América Latina no início do ano foi finalizada com a apresentação histórica na Ciudad Deportiva, em Havana, Cuba, em 25 de março deste ano. Depois da retomada das relações diplomáticas entre os Estados Unidos e o país depois de mais de 50 anos, aos poucos, as coisas vão acontecendo na terra dos Castro. Para celebrar tudo isso, a maior banda do mundo precisaria participar disso de alguma maneira. E nada melhor do que uma apresentação de graça para milhões de pessoas – falam em 1,2 milhão de presentes.

O filme começa mostrando em imagens o que é o país em pleno 2016. Depois, a banda responde a algumas perguntas sobre como foi ir até Cuba realizar essa apresentação histórica, incluindo dados sobre equipamento e outras coisas. Se Mick Jagger é vocalista, idealizador, porta-voz e toma a maioria das decisões importantes que geram milhões de lucros todos os anos, os guitarristas Ron Wood e Keith Richards são os mais soltos – na entrevista e no palco. O baterista Charlie Watts limita-se a tiradas engraçadas e a cumprir rigorosamente o trabalho pedido, mostrando ser o mais inglês de todos eles.

Veja também:
Discos para história: Exile on Main St., dos Rolling Stones (1972)
Discos para história: Sticky Fingers, dos Rolling Stones (1971)
Discos para história: Let It Bleed, dos Rolling Stones (1969)
Discos para história: The Rolling Stones, dos Rolling Stones (1964)
Discos para história: Their Satanic Majesties Request, dos Rolling Stones (1967)
Discos para história: Some Girls, dos Rolling Stones (1978)

Muito mais do que um simples filme de uma banda tocando para milhões de pessoas, o diretor Paul Dugdale consegue captar o momento importante para a banda e o público, formado por locais e turistas. É difícil não repetir a palavra histórico, porque é isso mesmo. Os cubanos, proibidos de ouvir rock por vários anos, estão encantados ao ver os Stones no palco. Já o veterano quarteto mostra uma empolgação e felicidade além do normal para uma apresentação. Eles estão dando o melhor de si em um show inédito para muita gente (muita gente mesmo).

Em 116 minutos, o longa mostra alguns dos principais sucessos ("Jumpin' Jack Flash", "Angie", "Honky Tonk Women", "Sympathy for the Devil", "You Can't Always Get What You Want" e "(I Can't Get No) Satisfaction", para ficar em alguns) – das 18 músicas, 14 foram mostradas na íntegra no filme. No palco, os Stones dão show com o equipamento pirotécnico completo. Um Jagger cada vez mais dançante mostra que todos os ensaios, inclusive para improvisar, valem a pena – ele domina o palco e o público completamente. Richards e Wood estão no auge da forma técnica e do entrosamento, e Watts segue brilhante ao dar ritmo e carregar nas costas a cozinha rítmica.

O filme é bem feito, bem editado e consegue traduzir bem os sentimentos de todos os envolvidos. Pode não ser brilhante, mas, como documento de um momento inesquecível, é uma dessas coisas que fãs e não fãs precisam ter em casa. Porque é apenas rock and roll, mas os cubanos adoraram.



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