Adele e Taylor Swift são exceções dentro do mundo da música


Ano passado, Taylor Swift não ficou nem perto de o recorde de maior número de cópias vendidas na semana de estreia do *NSYNC em 2000. Com pouco mais de um milhão de discos vendidos, foi o grande lançamento de 2014 e o primeiro a bater a casa dos sete dígitos – o Coldplay foi quem chegou mais perto, com pouco menos de 750 mil. Exatamente um ano depois, Adele chegou com tudo para demolir esses dois fenômenos do pop em décadas diferentes.

Nos primeiros dois dias, a perspectiva era de uma aproximação e até de um empate, mas isso virou entre domingo e segunda. A nova projeção dá a cantora britânica é chegar bem perto ou bater a casa dos três milhões de discos, um número imenso para o mercado atual em que regras foram alteradas para se adequar aos novos tempos de vendas baixas, downloads ilegais e serviços de streaming.

Esses números, considerados assustadores, estão em um tempo muito diferente do auge da chamada indústria da música. Para muitos, bater um milhão, dois milhões era questão de praxe ou de poucas semanas. Hoje, são poucos os que conseguem isso em um ano. Até por isso, Adele e Taylor Swift são duas exceções – curiosamente, as duas não colocaram 1989 e 25 nos serviços de streaming, chamando ainda mais a atenção da mobilização. Como dois fenômenos recentes, as duas têm muito mérito em conseguir atiçar o fã a comprar o disco, coisa que muitos não conseguem. E parece que o caminho a ser seguido é esse: tentar fazer de quem compra alguém especial de tal forma, que ficar sem o novo trabalho parece algum absurdo.

Mas as coisas têm funcionado de maneira diferente em muitos casos. Recentemente, o U2 deu o novo disco de graça para quem é usuário da iTunes Store, o Wilco disponibilizou o download gratuito do novo trabalho em seu site, outros têm optado por colocar seus discos em serviços de streaming em troca de bons acordos, como o espólio do Led Zeppelin e AC/DC. No Brasil, o praxe da maioria, principalmente os da nova geração, tem sido colocar o disco no modo ‘pague o quanto quiser ou faça o download de graça’, no melhor esquema Radiohead com In Rainbows (2007).

Cada um dentro de seu quadrado, todos têm se virado para fazer seu material chegar a quem interessa, gerando uma inversão de valores com relação ao auge das gravadoras dando as cartas – não que elas ainda não deem, mas muito menos. O importante não é apenas colocar o disco no mercado, mas fazê-lo chegar ao maior número de pessoas possíveis, fãs ou não, para gerar comentários, downloads, compras e outras coisas que, no fundo, servem para ganhar muito dinheiro – muito ou pouco, dependendo de quem é.

Adele e Taylor Swift já estão na história. Cada um a seu modo, elas conseguiram mobilizar milhões de pessoas pelo mundo a pagarem um bom valor por seus trabalhos. No período da história que dá para chamar como uma espécie de neo e/ou retorno do ‘Faça Você Mesmo’, vender quase dez milhões de discos em um ano (somando as duas até agora, isso pode aumentar até o final do ano) é um feito e tanto.

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