Resenha: Far From Alaska – modeHuman


Uma das melhores bandas brasileras da atualidade, o Far From Alaska mostra que está pronto para fazer voos mais altos na carreira – principalmente fora do Brasil, onde eles têm chances de encontrar um público que melhor compreenda seu trabalho. O disco modeHuman chega como ponto de virada na carreira deles.

A psicodélica e pesada "Thievery" abre o novo disco da banda mostrando que a intenção é ampliar os rumos deles em uma faixa cheia de camadas e nuances, algo que, feito com qualidade, sempre impressiona. Mais simples, mas mantendo o ritmo e peso, "Deadmen" é muito boa e impressiona como todos estão em perfeita sintonia.

Conhecida anteriomente, "Dino vs Dino" tem aquela suavidade que só quem compreende a música como um todo pode entender. O início desse trabalho é muito, muito promissor como poucos, e isso se consolida na boa "Politks", que mistura pop e uma guitarra virtuosa ao fundo. Completando o primeiro quinto do trabalho, "Another Round" lembra muito o tipo de música que o Black Keys fez os últimos discos: um blues com toques de pop.

A regular "About Knives" mostra que a banda também é falível – até empolga um pouco, mas nada mais do que isso –, mas o nível sobe novamente em "Rolling Dice", que começa com algo estilo Pink Floyd e evolui até virar uma espécie de blues moderno. Desta vez emulando o White Stripes em seus melhores momentos, "Mama" mantém o bom andamento do trabalho, bem diferente de "Greyhound". Por incrível que pareça, por ser o mais próximo de uma faixa pop, ela não me agradou pelo simples fato de não fazer o menor sentido de estar no disco. Facilmente descartável.

A dançante "Communication", a chata a passável "The New Heal" e a suave "Tiny Eyes" mostram que a irregularidade é um problema notório em um disco tão longo – 15 canções em pouco mais de uma hora. A radiohediana "modeHuman pt 1" é o ponto fora da curva no disco e está completamente deslocada, mas, por ser apenas um interlúdio, passa. Enquanto "Rainbows" não apresenta nada de diferente, "Monochrome" encerra o disco de maneira ok.

Um disco tão longo acaba pecando por ser irregular e por não conseguir manter o nível - mesmo assim, modeHuman é um dos bons discos brasileiros do ano. Só espero que eles melhorem essa ânsia de fazer um trabalho com mais de uma hora porque está claro que talento eles têm, só falta um pouco mais de paciência.

Tracklist:

1 - "Thievery"
2 - "Deadmen"
3 - "Dino vs Dino"
4 - "Politks"
5 - "Another Round"
6 - "About Knives"
7 - "Rolling Dice"
8 - "Mama"
9 - "Greyhound"
10 - "Communication"
11 - "The New Heal"
12 - "Tiny Eyes"
13 - "modeHuman pt 1"
14 - "Rainbows"
15 - "Monochrome"

Nota: 3,5/5



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