Por favor, Bruce Springsteen, não morra nunca


Da infância a adolescência, o gosto musical é pautado pelo que família e amigos escutam, e ainda é, geralmente, difícil você se acertar sozinho por um longo tempo. Depois disso, sua vida vira um mar de novidades. Por exemplo, ao ouvir Beatles pela primeira vez? Bob Dylan? Rolling Stones? Metallica? Iron Maiden? Black Sabbath? Neil Young? Poderia citar 100 músicos e bandas e encher a página disso.

Mas o interessante mesmo de descobrir um músico extremamente bom é identificar-se com o que ele diz. Não apenas metaforicamente, mas realmente refletir com o conteúdo, pensar na vida e vem aquele momento: “como ele adivinhou?”.

Meu caso é com Bruce Springsteen. E está, vamos colocar assim, piorando com o passar dos anos. Uma coisa é ouvir as canções e se deliciar com elas até o último instante, outra coisa é ouvi-las e ter a sensação descrita acima. Parar e pensar mentalmente sobre aquela letra, aquele verso, aquela melodia.

A última semana foi bem pesada no sentido de que cinco pessoas que admirava morreram (três músicos e dois escritores), além de um curto papo com o amigo Arthur Crispim no Twitter sobre saudade. E então vem Bruce Springsteen na cabeça e tudo mais. Por mais palavras que a língua tenha, às vezes, o silêncio fala muito melhor sobre essas coisas. E o silêncio aqui é preenchido com música de Springesteen e a E Street Band.

Dia desses vi a cerimônia do Hall da Fama do Rock, e Bruce falou da falta que o saxofonista Clarence Clemons faz para ele. É exatamente esse tipo de coisa que falo, de como ele consegue traduzir em palavras aquele engasgo no peito que nunca sai quando queremos chorar ou quando queremos apenas falar. Ele é dessas pessoas que, se possível, deveria ficar vivas para sempre e espalhar sua música pelo mundo até a eternidade.

É uma utopia, claro, mas só o que ele fez comigo é suficiente para colocá-lo entre os grandes do mundo. E não há preço no mundo para isso.

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