YouTube x pequenas gravadoras


Os serviços de streaming têm dominado o mercado mundial de música nos últimos anos, um cenário muito diferente do início dos anos 2000 em que a pirataria dominava e os músicos não sabiam o que fazer para combatê-la. Vendo que Rdio, Spotify, e Deezer estão faturando alguns milhões de dólares, o YouTube resolveu entrar na roda e anunciou um serviço semelhante ao de seus agora concorrentes.

Mas a história não é tão simples assim.

Segundo algumas pequenas gravadoras, a empresa gerida pelo Google as pressionou para assinar contratos vantajosos apenas para o YouTube, não para elas. Como as grandes gravadoras, Warner, Universal e Sony, já firmaram um acordo conjunto, os diretores acreditariam não haver problemas em fechar com as menores.

Mas as grandes gravadoras não dominam o mercado como antes.

Isso é um fato. Nomes como Arctic Monkeys e Adele, para ficar nos dois grandes sucessos da década, não estão em uma grande gravadora. Eles estão na XL Recordings, que tem uma parceria com a Domino na distribuição e divulgação do material desses músicos. E como os contratos não são vantajosos para eles, claro que houve recusa. Há rumores de que o YouTube anda ameaçando retirar os vídeos dessas e de outras bandas do ar se o contrato não for assinado em breve.

Apesar de tudo que aconteceu nos últimos anos, coma força que a internet ganhou e tudo mais, ainda há um ranço dos chefões das grandes gravadoras com relação ao modo como as coisas mudaram à vontade dos outros, não deles. Mas o que mais surpreendeu disso tudo é trato do Google com relação aos músicos, mostrando que, no final das contas, levar vantagem e privilegiar um ou outro é o que realmente importa.

Será uma burrada imensa se os vídeos forem bloqueados caso não haja um acordo entre eles. Ambos sairão perdendo, com o Google ficando mal na história. E quem ganha com isso são seus concorrentes, que disponibilizam o conteúdo de graça – exceto por uma propaganda de 30 segundos ou outra.

O YouTube já fez história ao transformar o modo de consumir vídeos na internet, sendo a chamada primeira tela em muitos casos. Não conseguir um acordo, a imagem da empresa sairá bastante arranhada. E o que seria um ótimo serviço, terá potencial para ser o Google Plus da música.

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