Resenha: Robert Plant & The Sensational Space Shifters – Lullaby and… The Ceaseless Roar


Robert Plant, inegavelmente, é muito mais conhecido por seu trabalho como vocalista do Led Zeppelin do que por sua carreira solo. Mesmo negando diversas vezes um retorno de sua antiga banda, ele faz releituras de alguns dos principais sucessos nas apresentações, entregando exatamente o que o público quer – ao mesmo em parte. Focado em experimentalismo e na chamada World Music, ele lança seu décimo trabalho de estúdio neste ano.

A música marroquina, tão explorada por Plant nos últimos anos, volta à tona em "Little Maggie". A faixa não tem nada que impressione e até longa em excesso, mesmo assim, é um bom início para mostrar ao público seu trabalho e o que vem fazendo nos últimos 30 anos. O acerto em "Rainbow", segunda canção, foi na medida certa. Ela tem cara de sucesso, tem aquele refrão fácil de cantar e melodia perfeita para grudar na cabeça. E é muito boa.

Com sua mistura moderna e um quê de antiga, "Pocketful of Golden" tem uma melodia e letras belíssimos, e mostram como o ex-Zeppelin consegue colocar em palavras certas coisas que poucos conseguem. Particularmente, a música do norte da África vem me chamando atenção nos últimos meses, então ao perceber essa influência em "Embrace Another Fall", é difícil não gostar de cara. Esse clima de misticismo é muito interessante do ponto de vista musical.

"Turn It Up" não mostra força ou qualquer coisa do tipo para impressionar por parecer alguma coisa que já ouvi antes. A triste balada "A Stolen Kiss" é toda no piano, emociona por ser tocante com sua melodia triste e faz refletir sobre coisas e pessoas, algo que se vê pouco. Então, emenda com outra faixa melancólica: "Somebody There", essa com um teor mais pop, mas não menos bonita.

Com um clima de música escocesa dos século 18, "Poor Howard” é bem interessante para avaliar o trabalho vocal de Plant, que ainda segue muito bom depois de todos esses anos. Uma boa letra é a de "House of Love", que é acompanhada por uma boa melodia ao fundo. Enfim, é mais uma faixa em que banda e vocalista estão em perfeita sintonia.

Baseada no conto The Hollow Hills, de Mary Stewart, "Up on the Hollow Hill (Understanding Arthur)" tem um clima de história e a melodia te leva a acreditar em algo perto disso. A última faixa, "Arbaden (Maggie's Babby)", tem o retorno da influência marroquina e fecha bem o disco.

Para quem abomina a carreira solo de Robert Plant, o disco não é recomendável. Ele tem exatamente o oposto do que os fãs de Led Zeppelin gostam: é direto e sem firulas. As boas melodias e letras conseguem sustentar o trabalho, que não é excelente, mas traz um cantor e sua nova banda em ótima forma. Para quem procura um tipo de música diferente, alternativa e com influências de outros lugares, é um álbum que vale a pena ser ouvido.

Tracklist:

1 - "Little Maggie"
2 - "Rainbow"
3 - "Pocketful of Golden"
4 - "Embrace Another Fall"
5 - "Turn It Up"
6 - "A Stolen Kiss"
7 - "Somebody There"
8 - "Poor Howard”
9 - "House of Love"
10 - "Up on the Hollow Hill (Understanding Arthur)"
11 - "Arbaden (Maggie's Babby)"

Nota: 3,5/5



Veja também:
4 em 1: Malta, O Clube, Moreno Veloso e Erasmo Carlos
Resenha: The Wytches - Annabel Dream Reader
Resenha: Ryan Adams – Ryan Adams
Resenha: The Kooks – Listen
Resenha: U2 – Songs of Innocence
Resenha: Karen O – Crush Songs




Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+ e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!

Comentários