No dia 2 de março, a Academia anuncia os vencedores do Oscar nas 23 categorias, incluindo Trilha Sonora e Canção Original. Abaixo, algumas histórias da premiação e curiosidades dos indicados da 97ª edição do Oscar.
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Melhor Canção Original
Os últimos vencedores são Billie Eilish e Finneas O'Connell por “What Was I Made For?”, da trilha sonora de “Barbie”. Foi a segunda vitória dos irmãos, que venceram antes por “No Time to Die”, do filme “007 — Sem Tempo para Morrer”.
Indicados de 2025
- A nova edição já começa com dois representantes franceses vindos do filme “Emilia Perez”, “El Mal” e “Mi Camino”, voltando ao rumo de ao menos um representante de fora dos Estados Unidos após a edição passada apenas com representantes locais;
- Por conta da chamada “Regra Disney”, pela presença de três músicas do estúdio na categoria ser algo recorrente na premiação, a Academia mudou a regra e o máximo de duas canções do mesmo filme são permitidas entre as cinco finalistas;
- O filme de Jacques Audiard repete o feito de “Barbie” (2023) e “La La Land” (2016) ao emplacar duas canções na disputa. E ele é o primeiro diretor creditado em canção desde Ryan Coogler “Lift Me Up”, presente em “Pantera Negra - Wakanda para Sempre” (2022);
- Também havia sido a última vez que um quarteto havia sido indicado: “Lift Me Up” tem Coogler, Ludwig Göransson, a cantora Rihanna e o produtor Tems creditados. Brandi Carlile, Elton John, Bernie Taupin e Andrew Watt estão na disputa desse ano por “Never Too Late”, do documentário “Elton John - Never Too Late”, disponível no Disney+;
- Elton John consegue a quinta indicação da carreira. No ano em que venceu pela parceria com Tim Rice por “Can You Feel the Love Tonight”, de “Rei Leão” (1994), ele também concorreu por “Circle of Life” e “Hakuna Matata”. Ele conseguiu a segunda estatueta da carreira por “(I'm Gonna) Love Me Again”, do filme “Rocketman”, com Bernie Taupin;
- Indicada pela 16ª vez, é inevitável falar de Diane Warren, concorrendo dessa vez com “The Journey”, cantada por H.E.R., do filme “Batalhão 6888”, disponível na Netflix. É a oitava premiação consecutiva em que ela coloca uma canção entre as cinco finalistas. A vitória de “City of Stars”, de “La La Land”, em 2017, foi a última vez sem a presença da compositora;
- Warren concorreu pela primeira vez com “Nothing's Gonna Stop Us Now”, parceria com Albert Hammond, pai de Albert Hammond Jr., dos Strokes, do filme “Manequim” (1987). Eles perderam para “(I've Had) The Time of My Life”, de “Dirty Dancing - Ritmo Quente” (1987), cantada por Bill Medley e Jennifer Warnes, composta por John DeNicola, Donald Markowitz e Franke Previte;
- A surpresa da categoria é “Like a Bird”, do filme “Sing Sing”, composta pelos estreantes no Oscar Abraham Alexander e Adrian Quesada. Alexander vem de uma tradição de guitarristas texanos, que tem em Gary Clark Jr. como um dos grandes expoentes dos últimos anos. Ele é filho de pais nigerianos, nascido na Grécia e imigrou para os Estados Unidos ainda na infância com a família. Ganhou a primeira chance na música através do cantor Leon Bridges em 2015, mas só lançou o primeiro álbum da carreira em 2023, chamado “SEA/SONS”;
- Quesada é integrante do Black Pumas e já conseguiu oito indicações ao Grammy. Nascido perto da fronteira com o México, acostumou-se a ficar indo e vindo e acabou influenciado pela música mexicana e o rock psicodélico texano. O último disco pela banda foi “Chronicles of a Diamond”, de 2023.
Melhor Trilha Sonora Original
O último vencedor é Ludwig Göransson, pelo trabalho em “Oppenheimer”. Foi a segunda vitória da carreira — a primeira foi por “Pantera Negra” (2018).
Indicados de 2025
- Pela primeira vez desde 2016, a categoria está cheia de estreantes: Daniel Blumberg, Camille, Clément Ducol e Kris Bowers. A última vez com tantos estreantes foi em 2016, com o vencedor Justin Hurwitz (“La La Land”), Micachu (“Jackie”), Dustin O'Halloran e Volker Bertelmann (“Lion - Uma Jornada para Casa”) e Nicholas Britell (“Moonlight”). Naquele ano, Thomas Newman (“Passageiros”) completou a lista;
- Newman, aliás, é a pessoa com mais indicações em Melhor Trilha Sonora sem vitória: 14;
- Assim sendo, ao menos um europeu tem presença certa em Melhor Trilha Sonora, independentemente de ser um filme feito no velho continente ou não, no século 21. O último ano sem representantes de lá foi em 2002, quando os americanos Elliot Goldenthal (“Frida”), John Williams (“Prenda-Me se For Capaz”), Elmer Bernstein (“Longe do Paraíso”), Philip Glass (“As Horas”) e Thomas Newman (“Estrada Para Perdição”) concorreram;
- A grande surpresa entre os indicados é a trilha sonora do musical “Wicked”, composta por John Powell e Stephen Schwartz, que superou, entre outros trabalhos, “Rivais”, de Trent Reznor e Atticus Ross, para fazer parte dos cinco finalistas;
- Com isso, Powell consegue a segunda indicação da carreira, sendo a primeira pela animação “Como Treinar o Seu Dragão” (2010). Já Schwartz, conhecido pelos musicais, retorna após 27 anos. Ele concorreu e venceu por “Pocahontas” (1995), ao lado de Alan Menken, e perdeu por “O Corcunda de Notre Dame” (1996), outro trabalho com Menken, e por “O Príncipe do Egito” (1998), parceria com Hans Zimmer;
- Diferentemente da edição passada, a categoria tem dois filmes fora dos Estados Unidos: “Emilia Pérez” e “Conclave”, além do retorno de uma animação, “Robô Selvagem”, após três premiações — a última havia sido o trabalho de Germaine Franco por “Encanto” (2021);
- “Conclave” traz o compositor alemão Volker Bertelmann na terceira indicação da carreira, a segunda em três edições. Ele esteve com O'Halloran em “Lion — Uma Jornada para Casa” (2016) e sozinho na vitória pelo remake de “Nada de Novo no Front” (2022), também dirigido por Edward Berger. Se vencer novamente, ele entra para o seleto grupo com duas estatuetas, com Hans Zimmer, Gustavo Santaolalla, Alexandre Desplat, Marvin Hamlisch, Henry Mancini, Trent Reznor, Atticus Ross e outros mais;
- O musical “Emilia Perez” traz a cantora Camille e o compositor Clément Ducol na primeira indicação de franceses desde Alexandre Desplat por “Adoráveis Mulheres” (2019). Ducol iniciou a carreira musical ainda na adolescência e compôs a primeira trilha para “Inocência Roubada” (2018), de Andréa Bescond e Eric Métayer;
- Já Camille tem uma longa carreira, iniciada ainda em 2002, sendo considerada uma das grandes cantoras francesas do período. São cinco discos de estúdio e dois ao vivo em quase 25 anos — o último é “Oui”, de 2017. Ela também tem uma carreira como atriz, sendo o papel mais famoso a dublagem em francês da personagem Colette na animação “Ratatouille” (2007);
- Outro estreante da vez é o inglês Daniel Blumberg pelos temas de “O Brutalista”, de Brady Corbet. Músico experimental, ele lançou o primeiro álbum da carreira em “Minus”, em 2018. O início dos trabalhos em trilhas sonoras começou em 2020 com o longa “Um Fascinante Novo Mundo” (2020), de Mona Fastvold, com Katherine Waterston, Vanessa Kirby, Casey Affleck e Christopher Abbott no elenco. Aliás, ele mesmo interpreta um personagem no filme;
- Por fim, Kris Bowers, por “Robô Selvagem” também luta pela primeira vitória na primeira indicação na categoria, um feito atingido pela última vez com a compositora Hildur Guðnadóttir pelo trabalho em “Coringa” (2019). A última animação a vencer na categoria foi “Soul” (2020), com Reznor, Ross e Jon Batiste dividindo o prêmio. Ele venceu ano passado pelo curta “A Última Loja de Consertos”, disponível no Disney+, em codireção com Ben Proudfoot, em que também fez a trilha sonora;
- Bowers também quebra o incômodo jejum de ser o primeiro negro em cinco edições a ser indicado em Trilha Sonora desde o triunfo de Batiste, superando, entre outros concorrentes, Terence Blanchard por “Destacamento Blood” (2020) naquele ano;
- Pelo segundo ano seguido, ao menos uma mulher concorre ao prêmio. Isso não acontecia desde 1999 e 2000, quando Rachel Portman concorreu por “Regras da Vida” e “Chocolate”, respectivamente.
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