Cinco resenhas curtas de discos #1

Nova seção no blog terá espaço na última quarta-feira do mês


Khruangbin – Con Todo El Mundo

Formado por Laura Lee (baixo), Mark Speer (guitarra) e Donald Johnson (bateria), o Khruangbin (significa "motor voador" em tradução literal) é uma banda texana com influência da música tailandesa dos anos 1960 – é sério, está escrito no Bandcamp deles. Mesmo o espanto por essa influência tão peculiar não muda o fato de ter tido sorte em, mais uma vez, encontrar uma banda incrível e de sonoridade única. Eles realmente fazem os ouvintes voarem (não literalmente, claro), e "Maria También" é um bom exemplo disso. É um tipo de música que reflete muito bem essa conexão com culturas diferentes, jeitos diferentes de produzir, de entender, da relação com o instrumento e a forma de passar a mensagem. Nem estamos no meio do ano e já é um dos grandes álbuns de 2018.

Avaliação: excelente


Ben Miller Band – Choke Cherry Tree

Formada em 2005 no Missouri, a Ben Miller Band é a típica banda do sul dos Estados Unidos por trazer toda influência do country, blues, folk e bluegrass – basicamente, a sonoridade é baseada em instrumentos de corda. Quinto disco de estúdio, Choke Cherry Tree coloca todas essas influências na mesa, e vai além ao mostrar um interesse em fazer um tipo de música mais fácil para atingir mais gente. Não tem nada muito difícil de entender, aliás é bem fácil começar a cantar tudo logo após a primeira audição. Dá para destacar "Big Boy", "Lighthouse", "Sketchbook", "My Own Good Time" e "Mississippi Cure" como canções acima da média em um ótimo trabalho.

Avaliação: ótimo


Cucina Povera – Hilja

Cucina Povera é uma expressão usada na Itália que significa "cozinha simples". E também é o nome artístico de Maria Rossi, que lançou no início do ano sua estreia em estúdio: Hilja. De Glasgow, Escócia, mas nascida na Finlândia, a cantora faz escolhas incomuns para suas músicas – aliás, nem sei se dá para chamar de música o que ela faz, pode ser qualquer coisa. É muito, muito experimental, e não é para qualquer pessoa ouvir. A maioria vai achar, no mínimo, peculiar. Todas as faixas seguem uma linha, então são todas bem parecidas. Esse disco soa como uma exposição de um artista que vai no limite em vários aspectos: é difícil de entender e duas, até três, audições não serão suficientes para compreender a mensagem.

Avaliação: regular



Jim Ghedi - A Hymn For Ancient Land

Ao ouvir os primeiros minutos de "Home for Moss Valley", já dá para entender como Jim Ghedi é diferente da maioria dos músicos britânicos da mesma idade. A Hymn For Ancient Land é uma coleção de bons arranjos e de como é possível fazer um tipo de música complexa usando instrumentos simples. É possível perceber uma clara influência do que ficou conhecido como World Music, mas também é muito do folk, arranjos orquestrais e de guitarra nessa mistura. Com faixas longas – uma passa de sete minutos –, Ghedi consegue equilibrar bem tudo dentro da proposta: um disco basicamente instrumental que traz uma calma incrível à medida em que as faixas vão avançando. Não tem como indicar só uma faixa, então recomendo ouvir o disco inteiro.

Avaliação: excelente


Awolnation – Here Come The Runts

Liderado por Aaron Bruno, o Awolnation tem quase dez anos de estrada e, com Here Come The Runts, três discos lançados. Esse novo álbum de inéditas é bem melhor que o anterior Run (2015), apesar de ainda estar muito longe de atingir a preferência nessa mistura entre alternativo, eletrônico e rock. Dá para destacar a faixa-título, "Miracle Man", "Jealous Buffoon", "Table for One", "My Molasses" e "Cannonball". Se você gosta da mistura de todos os gêneros citados a cima, recomendo ouvir o registro.

Avaliação: bom

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