Mais cinco discos nacionais e cinco internacionais que não tiveram resenha completa em 2017
Mavis Staples – If All I Was Was Black
Um dos grandes favores que Jeff Tweedy, do Wilco, fez ao mundo foi começar a produzir os discos de Mavis Stapes. Ao ser conhecida por uma nova geração de fãs, a cantora vem fazendo cada vez mais sucesso com seus trabalhos recentes. Não é diferente com
If All I Was Was Black, em que a cantora se mostra mais em forma do que nunca ao tratar com maestria muitos assuntos – do presente, passado e do futuro. "Ain't No Doubt About It", "We Go High" e a faixa-título são os destaques do álbum.
Nota: 3,5/5
Kamasi Washington – Harmony Of Difference
Kamasi Washington é, talvez, o grande novo astro do jazz. Aos 36 anos, ele vem fazendo participações especiais em vários trabalhos e chamou a atenção do público dos sites indies (Pitchfork, etc). No curto disco instrumental, chamado
Harmony Of Difference, ele mostra o motivo de toda essa atenção. Sem pausas e funcionando de maneira linear, o álbum é uma mostra pequena, mas muito significante, de todo talento dele no saxofone ao mostrar vários elementos na medida certa. Dá para destacar "Integrity", com seu jeitão bossa nova, e "Truth", com mais de 13 minutos.
Nota: 4,5/5
Christian Scott Atunde Adjuah – The Emancipation Procrastination
Se Kamasi Washington é muito influenciado pelo jazz, Christian Scott Atunde Adjuah traz muita influência da música africana e mistura tudo isso em
The Emancipation Procrastination, disco com mais de uma hora de duração. Mas não se preocupe, cada segundo é preenchido com música de alta qualidade. Com 12 faixas, dá para destacar com total tranquilidade (alô, Choque de Cultura) a metade final do álbum.
Nota: 4/5
Amadou & Mariam – La Confusion
Ambos nascidos no Mali, o casal Amadou e Mariam tem algo em comum além da música: são cegos. Amadou perdeu a visão aos 16 anos; Mariam aos 5 em consequência de um sarampo não tratado de maneira adequada. Como muitos de seus contemporâneos, eles misturam o som do rock com o regionalismo, além de elementos de outras culturas próximas do Mali, e disso acaba saindo algo único – chamado de afro-blues.
Nota: 3,5/5
Benjamin Clementine – I Tell A Fly
Olhei para capa do novo álbum de Benjamin Clementine e pensei: "quer ver que vai ser algo numa linha James Brown?". Pois me enganei por muito. Um trabalho com em que explora muito a voz,
I Tell A Fly pode não seduzir algumas pessoas por ser um híbrido entre clássico e experimental ao apostar em arranjos nada convencionais para Clementine brilhar.
Nota: 3,5/5
Veja também:
Dez resenhas curtas de discos #8
Garotas Suecas – Futuro do Pretérito
Não espere um disco animado sobre assuntos aleatórios que a juventude anda falando por aí.
Futuro do Pretérito traz o pessoal do Garotas Suecas maduros para falar das pautas mais variadas que estão por aí. Seria um disco dos mais legais para escrever uma resenha mais completa, mas, infelizmente, faltou tempo. Talvez seja o grande disco lançado no Brasil em 2017 ao unir boas letras, ótimos arranjos e referências musicais das mais diversas.
Nota: 4,5/5
Trupe Chá de Boldo – Verso
Trupe Chá de Boldo entrega um disco muito bom mais uma vez. Também cheio de influências dos mais diversos gêneros, a banda trata de assuntos do cotidiano de maneira muito didática. A parte final é menos animada do que o início, principalmente por ter uma certa melancolia para falar de relacionamentos e as consequências de as coisas não darem tão certo como o imaginado.
Nota: 3,5/5
Luísa & os Alquimistas – Vekanandra
A intenção de Luísa & os Alquimistas foi muito boa ao fazer um disco curto com vários gêneros musicais e participações ao longo de pouco mais de 25 minutos. Mas o resultado não é nada bom. Acabou ficando uma verdadeira colcha de retalhos sem nexo nenhum. Sem coerência, o álbum parece uma coletânea de singles jogados com o único propósito de atirar para todos os lados.
Nota: 2/5
Aldan – daDAdaDAdaDAdaDAdaDAdaDA
O nome é difícil e a música não é nada fácil de acompanhar, mas o trabalho de Aldan em
daDAdaDAdaDAdaDAdaDAdaDA é dos melhores no quesito música experimental. Ele não fica só nisso ao contar com convidados para dar os mais diferentes tons às letras. Um disco que, pelo título, pode passar batido por muita gente. Porém vale dar uma chance.
Nota: 3,5/5
Cícero – Cícero & Albatroz
Diferente dos dois primeiros álbuns, em que Cícero virou uma espécie de embaixador da melancolia, em
Cícero & Albatroz vemos um cantor um pouco mais solto nas composições e sem pesar tanto a mão nas letras. Por isso, acaba sendo um disco, dentro da discografia, um pouco mais alegre. Ainda está longe de corresponder às expectativas, mas há uma melhora visível.
Nota: 3/5
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