Cinco discos nacionais, cinco internacionais; tem de tudo um pouco
Nosso Querido Figueiredo – Juventude
Não é de hoje que o trabalho do Nosso Querido Figueiredo está muito distante de qualquer coisa que esteja acontecendo no mainstream da música brasileira. Usando uma base eletrônica para todas as músicas, Matheus Borges fala de todo e qualquer tipo de assunto palpitante acontecendo no Brasil – do desemprego há dois meses até a situação da política nacional. Repetindo um argumento da primeira vez que ele esteve por aqui: por conta do tom experimental, não é um som dos mais fáceis para ouvir, mas, quando você acostuma, consegue absorver a mensagem e entender as motivações de ter um registro desse em 2017.
Nota: 3,5/5
Nina Becker - Acrílico
Imagina só uma cantora lançar um disco em que ela interpreta todo tipo de gênero – do samba ao bolero. Nina Becker mostra uma competência acima da média em Acrílico, quando mostra capacidade para cantar qualquer coisa que queira. Lançado pela Natura Musical, o registro tem uma Nina Becker ainda mais madura do que nos trabalhos anteriores, mostrando como alguém pode seguir melhorando ao estar motivada para fazer coisas novas sem esquecer o tom dos trabalhos mais antigos.
Nota: 4/5
Lucas Estrela – Farol
As influências de Lucas Estrela vão de Tortoise até o lo-fi, mas, como não poderia deixar de ser, há muito da influência da música do Pará – Estado natal do guitarrista. Quase todo instrumental – apenas em "A Sereia" tem letra, cantada por Lucas Santtana –, Farol mostra como unir o velho com o novo é algo que essa geração de músicos paraenses busca cada vez mais formar uma identidade própria. E isso é fundamental para compreendê-los como músicos.
Nota: 3,5/5
The Raulis - The Raulis
Outra banda instrumental brasileira, agora direto de Pernambuco, The Raulis faz sua estreia em um registro cheio. Com forte influência da música latina e da surf music, a banda consegue mesclar bem a suavidade e o peso na composição de suas faixas. Com samplers para lá de, no mínimo, intrigantes (como na faixa "Satanás), eles entregam um bom primeiro trabalho – com cara de que podem melhorar ainda mais.
Nota: 3/5
Xênia França - Xenia
A voz de Xênia França já impressiona nos primeiros minutos do disco que leva o primeiro nome. Ao longo dos quase 50 minutos de audição, bate a certeza de que a cantora é capaz de interpretar qualquer gênero sem a menor dificuldade – além de ser um disco extremamente atual ao discutir com posicionamento claro certos assuntos espinhosos do dia a dia. Destaque para a ótima interpretação de "Respeitem Meus Cabelos, Brancos", conhecida e um sucesso na voz de Chico César ainda nos anos 1990.
Nota: 4/5
Moonspell – 1755
Um grave defeito da minha parte é não ser mais atento às bandas que cantam em português fora do Brasil. Portugueses, angolanos e moçambicanos têm muito a nos ensinar musicalmente. Mas um disco que não passou batido foi 1755, do Moonspell, inspirado no terremoto que destruiu completamente a cidade de Lisboa – sendo um dos mais mortais da história, segundo estudiosos do assunto. As faixas cantadas inteiramente em português trazem uma melancolia e o tom histórico dessa tragédia. Eles também entregam um ótimo cover para "Lanterna dos Afogados", do Paralamas do Sucesso.
Nota: 3,5/5
Andrew Bird - Echolocations: River
Segundo de uma série com cinco discos, Echolocations: River mostra um lado experimental de Andrew Bird. Gravado no Rio Los Angeles, com apenas o vento mudando o som dos instrumentos, o registro não será entendido por boa parte das pessoas – muitos vão até achá-lo desnecessário. Gosto desse tipo de passo além que ele dá nesse trabalho inteiramente instrumental. De deixar o violinista Yo-Yo Ma cheio de orgulho.
Nota: 3/5
Project Mama Earth - Mama Earth
Não é de hoje que Joss Stone se interessa por estudar e trabalhar perto de músicos com forte influência da música africana. Ao lado de Nitin Sawhney, Jonathan Joseph, Étienne M'Bappé e Jonathan Shorten, ela entrega um disco delicioso em que os arranjos ajudam a destacar a ótima voz da cantora.
Nota: 3,5/5
Paloma Faith – The Architect
Infelizmente, o novo disco de Paloma Faith passa longe de agradar. Com uma mistureba inacreditável de músicas ao longo de pouco mais de 45 minutos, nenhuma chega realmente a ser boa do início ao fim. Foram necessários 17 produtores para conseguir o feito inacreditável de lançar um disco sem pé nem cabeça, de influências e estilos completamente misturados e sem sentido que nem dá vontade de ouvir até o final.
Nota: 1,5/5
Cavalera Conspiracy – Psychosis
Um ponto fundamental para uma banda é a qualidade de seus trabalhos. Pouco adianta se lança um disco anualmente ou a cada cinco anos, o importante é ser bom, e o Cavalera Conspiracy consegue isso ao lançar discos a cada três anos. Psychosis mostra que Max e Iggor não precisam viver das polêmicas envolvendo sua ex-banda.
Nota: 3/5
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Nosso Querido Figueiredo – Juventude
Não é de hoje que o trabalho do Nosso Querido Figueiredo está muito distante de qualquer coisa que esteja acontecendo no mainstream da música brasileira. Usando uma base eletrônica para todas as músicas, Matheus Borges fala de todo e qualquer tipo de assunto palpitante acontecendo no Brasil – do desemprego há dois meses até a situação da política nacional. Repetindo um argumento da primeira vez que ele esteve por aqui: por conta do tom experimental, não é um som dos mais fáceis para ouvir, mas, quando você acostuma, consegue absorver a mensagem e entender as motivações de ter um registro desse em 2017.
Nota: 3,5/5
Nina Becker - Acrílico
Imagina só uma cantora lançar um disco em que ela interpreta todo tipo de gênero – do samba ao bolero. Nina Becker mostra uma competência acima da média em Acrílico, quando mostra capacidade para cantar qualquer coisa que queira. Lançado pela Natura Musical, o registro tem uma Nina Becker ainda mais madura do que nos trabalhos anteriores, mostrando como alguém pode seguir melhorando ao estar motivada para fazer coisas novas sem esquecer o tom dos trabalhos mais antigos.
Nota: 4/5
Lucas Estrela – Farol
As influências de Lucas Estrela vão de Tortoise até o lo-fi, mas, como não poderia deixar de ser, há muito da influência da música do Pará – Estado natal do guitarrista. Quase todo instrumental – apenas em "A Sereia" tem letra, cantada por Lucas Santtana –, Farol mostra como unir o velho com o novo é algo que essa geração de músicos paraenses busca cada vez mais formar uma identidade própria. E isso é fundamental para compreendê-los como músicos.
Nota: 3,5/5
The Raulis - The Raulis
Outra banda instrumental brasileira, agora direto de Pernambuco, The Raulis faz sua estreia em um registro cheio. Com forte influência da música latina e da surf music, a banda consegue mesclar bem a suavidade e o peso na composição de suas faixas. Com samplers para lá de, no mínimo, intrigantes (como na faixa "Satanás), eles entregam um bom primeiro trabalho – com cara de que podem melhorar ainda mais.
Nota: 3/5
Xênia França - Xenia
A voz de Xênia França já impressiona nos primeiros minutos do disco que leva o primeiro nome. Ao longo dos quase 50 minutos de audição, bate a certeza de que a cantora é capaz de interpretar qualquer gênero sem a menor dificuldade – além de ser um disco extremamente atual ao discutir com posicionamento claro certos assuntos espinhosos do dia a dia. Destaque para a ótima interpretação de "Respeitem Meus Cabelos, Brancos", conhecida e um sucesso na voz de Chico César ainda nos anos 1990.
Nota: 4/5
Moonspell – 1755
Um grave defeito da minha parte é não ser mais atento às bandas que cantam em português fora do Brasil. Portugueses, angolanos e moçambicanos têm muito a nos ensinar musicalmente. Mas um disco que não passou batido foi 1755, do Moonspell, inspirado no terremoto que destruiu completamente a cidade de Lisboa – sendo um dos mais mortais da história, segundo estudiosos do assunto. As faixas cantadas inteiramente em português trazem uma melancolia e o tom histórico dessa tragédia. Eles também entregam um ótimo cover para "Lanterna dos Afogados", do Paralamas do Sucesso.
Nota: 3,5/5
Andrew Bird - Echolocations: River
Segundo de uma série com cinco discos, Echolocations: River mostra um lado experimental de Andrew Bird. Gravado no Rio Los Angeles, com apenas o vento mudando o som dos instrumentos, o registro não será entendido por boa parte das pessoas – muitos vão até achá-lo desnecessário. Gosto desse tipo de passo além que ele dá nesse trabalho inteiramente instrumental. De deixar o violinista Yo-Yo Ma cheio de orgulho.
Nota: 3/5
Project Mama Earth - Mama Earth
Não é de hoje que Joss Stone se interessa por estudar e trabalhar perto de músicos com forte influência da música africana. Ao lado de Nitin Sawhney, Jonathan Joseph, Étienne M'Bappé e Jonathan Shorten, ela entrega um disco delicioso em que os arranjos ajudam a destacar a ótima voz da cantora.
Nota: 3,5/5
Paloma Faith – The Architect
Infelizmente, o novo disco de Paloma Faith passa longe de agradar. Com uma mistureba inacreditável de músicas ao longo de pouco mais de 45 minutos, nenhuma chega realmente a ser boa do início ao fim. Foram necessários 17 produtores para conseguir o feito inacreditável de lançar um disco sem pé nem cabeça, de influências e estilos completamente misturados e sem sentido que nem dá vontade de ouvir até o final.
Nota: 1,5/5
Cavalera Conspiracy – Psychosis
Um ponto fundamental para uma banda é a qualidade de seus trabalhos. Pouco adianta se lança um disco anualmente ou a cada cinco anos, o importante é ser bom, e o Cavalera Conspiracy consegue isso ao lançar discos a cada três anos. Psychosis mostra que Max e Iggor não precisam viver das polêmicas envolvendo sua ex-banda.
Nota: 3/5
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