Hoje começa uma série especial com um perfil dos indicados na categoria
Em toda história do Oscar, apenas três mulheres venceram o prêmio em Melhor Trilha Sonora: Rachel Portman, por Emma (1996), e Anne Dudley, por Ou Tudo ou Nada (1997), quando ainda davam dois prêmios - em Drama e Comédia ou Musical – na categoria. A terceira, Marilyn Bergman levou a estatueta pela trilha de Yentl (1983) ao dividir a composição com Alan Bergman e Michel Legrand.
Quem pode fazer história na categoria neste ano é Mica Levi, a Micachu, que concorre com Thomas Newman, Justin Hurwitz, a dupla Hauschka e Dustin O'Halloran e Nicholas Britell pelo prêmio. De formação clássica, ela tem uma banda de rock experimental – a Good Sad Happy Band. Seu primeiro grande trabalho em trilhas foi em Sob a Pele (2013), do diretor Jonathan Glazer e estrelado por Scarlett Johansson, quando levou o prêmio de melhor compositora no European Film Award e concorreu ao BAFTA – perdeu para Alexandre Desplat por O Grande Hotel Budapeste (2014). Ela ficou bastante surpresa com a boa recepção da crítica e do público em seu primeiro trabalho em longa do cinema comercial.
"Fiquei surpresa [com as críticas positivas pela trilha de Sob a Pele]. Era uma coisa totalmente nova, que muda a vida. Mas eu sabia que algo bom sairia dali. Senti que tínhamos algo, porque trabalhamos dia e noite durante dez meses. E eles [diretor e elenco] estavam trabalhando nisso antes de eu chegar. Então, pensei: 'tem que haver algo de bom nisso!'", contou ao site 'Film Music Magazine', em entrevista publicada em dezembro de 2016.
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Foi vendo esse filme que o diretor Pablo Larraín se encantou com a trilha sonora e entrou em contato para tê-la em seu próximo longa: a história de um dos períodos mais difíceis da história da política americana.
Em Jackie (2016), estrelado por Natalie Portman, o trabalho de Mica Levi é muito diferente do anterior. Por ser um filme de época e ainda retratar uma personalidade do século 20, Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1994), em um dos momentos mais turbulentos da história – o assassinato de John F. Kennedy (1913-1963), então presidente dos Estados Unidos e marido – e como ela precisou lidar com as consequências disso nos âmbitos pessoais e de ser quem era para a mídia. Por isso, a suavidade das canções é fundamental para entender a personagem.
"Ela está dopada o tempo todo no filme. Ela vê a gravidade e o trauma de todas as vidas que ela perdeu, e tudo isso está sendo levantado enquanto ela tem que enfrentar o mundo. Ela está tentando manter o nível de alguma forma", explicou a compositora ao site 'FACT Magazine', também em entrevista no final do ano passado.
Sobre o futuro, ela não tem ideia do que fará no cinema, porém está aberta para receber convite de qualquer diretor. "Dependendo do projeto, pode ser totalmente diferente [do que fiz até agora]. Muitos filmes que eu gosto não têm música ou usam músicas pré-existentes. Não sei nada [sobre o futuro], basicamente. Ninguém sabe. Mas, certamente, gostaria de tentar coisas novas. Adoraria fazer uma comédia", finalizou.
Os vencedores do Oscar serão divulgados no dia 26 de fevereiro.
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