SoundCloud Go chega para concorrer com outros serviços de streaming mais famosos
O plano já havia, mas foi colocado em prática na última semana: o SoundCloud Go – disponível apenas nos Estados Unidos neste ano – aparece como uma nova alternativa ao serviços de streaming mais conhecidos, como Deezer, Spotify, Tidal e Apple Music. Ano passado, a empresa havia fechado com a Merlin, agência detentora de inúmeros direitos de músicas de várias gravadoras. Sem o Rdio, fechado no final do último ano, o SoundCloud surge como alternativa, certo?
O serviço chegará custando US$ 9,90 para usuários Android e de computadores, mas os usuários do iOs (leia-se Apple), se quiserem o SoundCloud Go, terão que pagar US$ 12,99 por mês. Todos têm um mês grátis para testar e ver se ficam ou não. A coisa já começa errada aí: por que diferenciar os preços? O que pode soar como uma tentativa de rápida popularização, também pode ser visto como um movimento de não tentar concorrer com o Apple Music diretamente, mas roubar os usuários das outras empresas.
Segundo, por que alguém trocaria o velho e já adaptado por um novo? Difícil mais uma vez. Não é possível falar que o SoundCloud Go já nasce morto, mas ele surge no momento em que o Spotify recebe um aporte de US$ 1 bilhão. Enquanto o novo tenta se firmar, o velho recebe mais dinheiro e mais conteúdo – a plataforma recebeu os discos Anthology, coletânea dos Beatles, em seu catálogo nesta segunda-feira. Se ano passado a esperança era tê-lo como uma alternativa, hoje já é difícil apontar um futuro promissor. A não ser que eles tenham uma ótima carta na manga.
"Do ponto de vista do consumidor, é o que há de melhor em assinatura de serviços de música. Menos de 10% da música ouvida no mundo vem de streaming, então há muito espaço para crescimento na indústria. Há uma quantidade gigantesca de assinaturas que poderiam vir a existir no futuro e a oportunidade é realmente significativa", disse Alexander Ljung, co-fundador e CEO do SoundCloud.
Uma coisa que o SoundCloud sempre teve e nunca melhorou foi o serviço para podcasts. É basicamente a mesma coisa desde quando eu abri conta lá. Está aí algo que seria interessante: além de gravadoras e músicos, por que não atrair criadores de conteúdo para dentro da plataforma? Por que não melhorar esse serviço? Talvez fosse uma alternativa para ganhar dinheiro, ao invés de apostar em um mercado que pouco dá lucro e não conseguiu se livrar de questionamentos de músicos, associações de direitos autorais e da justiça.
O SoundCloud Go chega em um momento de consolidação do mercado de streaming, diferente de dois ou três anos atrás. Mas parece ter chegado tarde. A concorrência é imensa e poderosa, e só se o conteúdo for muito bom para fazer alguém trocar o hábito pela novidade. Se fosse uma maratona, o SoundCloud está iniciando uma subida muito dura, enquanto os outros já estão quase terminando.
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