Resenha: Ed Sheeran – X


A nova geração de músicos veio com tudo, principalmente nos últimos quatro, cinco anos. Sem depender de grandes gravadoras para divulgar seu material, muitos deles optam por divulgar suas canções na internet. E o caso de Ed Sheeran não é diferente, com o acréscimo de que ele vem tocando o coração de muitas mulheres pelo mundo.

A belíssima “One” abre os trabalhos trazendo o que Ed Sheeran sabe fazer: uma faixa romântica usando poucos recursos na melodia. O mesmo recurso é usado em “I’m A Mess”, mas, diferente da anterior, ela tem apenas o cantor usando o violão – reparem, ele é quase uma versão masculina de Taylor Swift. Um folk com facetas pop, "Sing" pode até agradar pela velocidade e por ter ritmo, mas é bem fraca. Soando quase um soul com rap, "Don't" entra na categoria “bonitinha, porém ordinária”. Incrível como em quatro músicas o disco subiu e desceu na mesma velocidade.

Quando ele volta para melodias, letras mais simples e sem tanto enfeite, tudo muda. Quer um exemplo? "Nina" é muito boa e também tem sua parte mais rápida pós-refrão, mostrando que ele consegue equilibrar bem as coisas quando quer. Outra mostra de como Sheeran e Taylor Swift estão no mesmo barco é “Photo”, faixa que não me surpreenderia se a cantora gravasse. Pela primeira vez por três músicas, o nível não cai e, mesmo com seus excessos ao parecer um Justin Timberlake para menores, "Bloodstream" tem suas coisas boas.

Outro folk meloso, "Tenerife Sea" é muito longa, exaustiva e pedidos para acabar foram ouvidos na minha rádio mental, mas até que a bonitinha "Runaway" compensa um pouco. Um dos problemas do disco é quando Sheeran tenta ser Eminem ou algo do tipo. Por exemplo, "The Man” não funciona de forma alguma e é completamente passável.

Ufa, voltamos à programação normal em "Thinking Out Loud". A tocada pop é muito boa, assim como a letra – qualquer um entre 15 e 40 anos se identificará com o teor e lembrará algo que viveu ou que gostaria de ter vivido. A épica "Afire Love", tem tons de Coldplay e por minutos esperei Chris Martin aparecer para cantar o refrão. Um final bem ruim para o disco.

Muitos dos jovens músicos não se contentam em fazer apenas o que sabem e acabam atirando para todos os lados. Esse é o caso de Ed Sheeran em X, disco que ele parece mais o Silvester Stalone no final de Rambo do que qualquer coisa. Não há problema algum em experimentar e fazer coisas diferentes, mas existe limite para tudo.

Tracklist:

1 - "One"
2 - "I’m A Mess "
3 - "Sing"
4 - "Don't"
5 - "Nina"
6 - "Photograph"
7 - "Bloodstream"
8 - "Tenerife Sea"
9 - "Runaway"
10 - "The Man”
11 - "Thinking Out Loud"
12 - "Afire Love"

Nota: 2,5/5



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