Não nego que o Smashing Pumpkins é uma das bandas que mais mexe comigo desde meus 13, 14 anos de idade, mas eu não sou cego, muito menos surdo, e sei que Billy Corgan, líder do grupo, vem passando por anos difíceis desde o final dos anos 1990. E isso, claro, que refletiu no fim da banda como conheci e no início do novo Smashing, que voltou com um trabalho medíocre em Zeitgeist, de 2007.
Li recentemente uma entrevista de Corgan na Rolling Stone Brasil (juro que não lembro o número da edição. Agradeço se alguém mandar o link) e fiquei bem impressionado com o que ele se tornou - um aficionado por seitas, basicamente. E isso revelou ser uma fonte bastante usada em Teargarden for Kaledyscope, um trabalho dividido em três partes, lançado em 2008. E novo Corgan reflete exatamente o que ele se tornou em Oceania, oitavo álbum de estúdio do grupo, lançado recentemente.
A primeira música do disco é “Quasar” e já começa com um baita riff de guitarra. O que é até bom, diga-se, e mostra uma banda muito mais forte do que nos trabalhos mais recentes. A seguinte é “Panopticon”, outra pancada criada em cima da guitarra e com uma bela melodia. O segundo acerto seguido de Corgan dá esperança de que Oceania será um bom disco e que o Smashing Pumpkins pode ser sombra do que foi um dia. Mas não é bem verdade.
“The Celestials” é muito ruim, uma balada horrível e totalmente descartável. Então, para melhorar a situação, vem “Violet Rays”, que lembra a velha banda que aprendi a gostar lá nos anos 1990. Por ser bem construída do início ao fim, essa música, definitivamente, é a melhor de todo disco. Em “My Love Is Winter” e “One Diamond, One Heart”, Corgan fala sobre o amor, algo improvável no início deste século, e até que essas canções não são ruins, entretanto, são pouco ambiciosas.
A segunda metade do disco começa com “Pinwheels”, que tem uma longa introdução de mais de dois minutos, é que tem um tom épico e também é bem legal. A música que dá nome ao álbum é uma peça dividida em cinco atos diferentes e que, unidos, formam uma canção de mais de nove minutos que mistura momentos bons e ruins.
A nona faixa é “Pale Horse”, que fica devendo um pouco, enquanto “The Chimera” recupera o ritmo do início do disco. Já “Glissandra” não é pop nem alternativa e isso pode confundir alguém que não conheça Corgan e pode afastar novos fãs. Música mais curta do disco, “Inkless” não deixa muita saudades e muito menos "Wildflower", que encerra o disco.
Oceania mostra bem o que é Corgan hoje: um cara maduro e ainda capaz de escrever belas canções, mas também mostra que o vocalista ainda perde a mão em alguns momentos.
Corgan virou dono do Smashing Pumpkins há muito tempo e define quem entra e quem sai da banda e, além disso, grava todos os instrumentos no estúdio e produz os álbuns. Mesmo com boas músicas, Oceania não está entre os melhores trabalhos da banda e Corgan deve saber disso. Mas, como aquele jogador velho e consagrado, mas que não tem mais perna, só joga com o nome nos dias de hoje. Corgan é uma espécie de Ronaldinho Gaúcho do rock. O que é uma pena.
Tracklist:
1. "Quasar"
2. "Panopticon"
3. "The Celestials"
4. "Violet Rays"
5. "My Love Is Winter"
6. "One Diamond, One Heart"
7. "Pinwheels"
8. "Oceania"
9. "Pale Horse"
10. "The Chimera"
11. "Glissandra"
12. "Inkless"
13. "Wildflower"
2. "Panopticon"
3. "The Celestials"
4. "Violet Rays"
5. "My Love Is Winter"
6. "One Diamond, One Heart"
7. "Pinwheels"
8. "Oceania"
9. "Pale Horse"
10. "The Chimera"
11. "Glissandra"
12. "Inkless"
13. "Wildflower"
Nota: 2,5/5
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