Após ficar quieto durante dois anos após o final do Oasis, Noel Gallagher voltou à ativa no segundo semestre deste ano para lançar o seu trabalho solo, o Noel Gallagher’s High Flying Birds. Aos 44 anos, o guitarrista, como ele mesmo diz, não é um bom cantor, mas mostra que é um dos melhores compositores de sua geração e pode fazer uma carreira brilhante sem o irmão Liam.
O disco começa com a leve e ótima “Everybody’s On The Run” e mostra que essa música não foi feita para Liam cantar no Oasis. Na sequência, temos “Dream On”, a primeira de muitas músicas no álbum em que o violão é total prioridade na música. Outra em que Noel acerta em cheio.
Na sequência temos “If I Had A Gun...”, um dos primeiros singles do álbum que ganhou clipe e outra boa música do disco. “If I had a gun/ I'd shoot a hole into the sun/ Love would burn this city down for you” (Se eu tivesse uma arma/ Eu faria um buraco no sol/ O amor iria queimar essa cidade para você) canta Noel. Neste pedaço da música, fica claro o que ele disse durante a divulgação do disco – que as músicas acabaram formando uma história, quase um roteiro (e é assim que ele vem trabalhando seus clipes).
“The Death Of You And Me” é o primeiro single solo de Noel e é quase uma poesia, e mostra o porquê dos grandes sucessos do Oasis serem suas composições. Já em “(I Wanna Live In A Dream In My) Record Machine”, Noel diminui ainda mais o ritmo e inicia a música só com o violão e só no refrão a canção mostra força. Ela foi uma das canções que o guitarrista fez durante o tempo de Oasis e que Liam não gravou.
Então vem a melhor música do disco: “AKA... What A Life!”. Mais pesada do que as outras, o piano é o destaque da música, junto com a bateria. Inúmeras vezes, Noel canta “What a Life!” e, se for pensar mesmo, que vida teve o guitarrista de uma das melhores – se não a melhor – banda pós-Nirvana.
Já em “Soldier Boys And Jesus Freaks” fala de uma época e de um povo conservador que vê políticos na TV, enquanto os mais jovens querem apenas colocar mais uma música na vitrola e dançar até o mundo acabar. E é uma música que deve ficar muito boa nos shows. Na sequência, Noel canta em “AKA... Broken Arrow” sobre um anjo que teve sua flecha quebrada e é outra letra ótima.
“(Stranded On) The Wrong Beach” já é o início do fim. “And oh me oh my/ say so long baby bye bye/ pour me one for the road/ it's a long journey baby/where it's gonna take me/ just depends on the weight of my load/ oh no/ depends on the weight of my load (Diga até logo, baby, tchau, tchau/ Sirva-me uma bebida para a estrada/ É uma longa jornada, baby/ Onde me levará/ Apenas depende do peso da minha carga/ Oh, não/ Depende do peso da minha carga) diz o cantor. E o barulho de mar finaliza a canção.
Para encerrar o disco, a tão famosa, antes mesmo de ser lançada, “Stop The Clocks” é uma das obras primas de Noel e serviu muito bem para encerrar o disco.
Em entrevista à Rolling Stone inglesa, Noel confirmou que tocou quase todos os instrumentos na gravação de seu primeiro trabalho solo. E dá para ver claramente que tudo foi planejado, cada passo, cada música foi colocada em seu devido lugar. Tudo para fazer sentido e mostrar o caminho que Noel quer traçar fora de sua antiga banda. Não sendo um grande cantor, ele apenas liga o microfone e canta. E isso é ótimo, pois é impossível ligar para a voz quando um disco é tão bem produzido, com letras excelentes, com tudo muito bem traçado e encaminhado.
Se Liam quer a volta do Oasis para uma turnê em 2015, Noel não precisa mais dos ex-companheiros de banda e pode recusar o convite do irmão. O guitarrista mostra que pode voar sozinho em direção ao sucesso.
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