Festival: 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo


A 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começou no último dia 21 e vai até o dia 3 de novembro. São 264 filmes de mais de 50 países.

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"Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental" (2021)

Direção: Radu Jude. Duração: 106 min. Elenco: Katia Pascariu, Claudia Ieremia, Olimpia Mălai, Nicodim Ungureanu, Alexandru Potocean, Andi Vasluianu. Países: Romênia, Luxemburgo, República Tcheca e Croácia.

Logo nos primeiros minutos de filme tem uma cena de sexo explícito, e isso ajuda muito a mostrar o tom de "Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental", de Radu Jude. O vídeo, gravado em casa por uma professora e o marido, acaba vazando e para em sites pornôs. E aí já viu.

Todos ficam em choque com o vazamento, que vira assunto no grupo dos pais e a escola, claro, precisa tomar uma atitude sobre isso. A partir disso, Emi começa uma verdadeira peregrinação até a noite, quando será "julgada" por pais e professores no pátio do colégio onde leciona.

A história até seria normal se não fosse o segundo ato, uma mistura de mocumentário, com instalação artística e Teatro Oficina com todo mundo pelado. Os romenos podem entender melhor essa parte pelo contexto histórico empregado, mas a maior das pessoas ficará perdida em meio a tantas imagens. É muita coisa. E cansa um pouco.

Mas é o terceiro ato que chama bastante atenção ao mostrar como hoje, nessa terceira década de século XXI, as pessoas estão completamente malucas. O "julgamento" começa e parece o Twitter ao vivo com cada um falando de um assunto diferente que nada tem a ver com o caso em si. Tudo para chamar atenção, é claro. Não quero estragar a surpresa de um filme com vários desfechos, mas, no último, é melhor tirar as crianças da sala.

No geral, é um bom filme se você tiver paciência para passar pelo segundo ato sem querer sair da sala ou maldizer até a 15ª geração do diretor.

Avaliação: bom

"Capitães de Zaatari" (2021)

Direção: Ali El Arabi. Duração: 73 min. Elenco: Mahmoud Dagher, Fawzi Qatleesh, Trezeguet, Xavi Hernández. País: Egito.

Milhões e milhões de jovens pelo mundo têm o sonho de ser jogador de futebol. Entre aqueles que conseguem realizá-lo, menos de 1% consegue os sonhados salários astronômicos, jogar os melhores campeonatos e ser notado pelos fãs a ponto de virar um astro ou uma estrela de calibre mundial.

Se já é difícil para qualquer um, imagine para dois jovens sírios refugiados em um acampamento de condições precárias na Jordânia? Essa é a história de "Capitães de Zaatari", dirigido por Ali El Arabi.

Em pouco mais de uma hora, com ajuda de uma boa edição e imagens muito tocantes, o diretor consegue contar a busca do sonho dos jovens Mahmoud Dagher e Fawzi Qatleesh, que enxergam no futebol não só uma chance de realizar um sonho alimentado quase desde sempre, mas de mudar completamente de vida.

Entre as tristezas e oportunidade de jogar em um gramado pela primeira vez, os dois amigos sabem que a realidade é muito mais forte do que qualquer sonho que possam alimentar. Mas também sabem ser o sonho que os mantêm firmes para aguentar as pancadas da vida.

Avaliação: muito bom

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