Entrevista: Júlio Andrade (The Baggios)

Vocalista da banda, Júlio Andrade é o do meio (Foto: Olhar de Fernando)

A banda anunciou um show com naipe de metais, no Sesc Pinheiros, para 29 de fevereiro, por que acrescentar esses elementos nas músicas ao vivo?

Julio Andrade: Desde o nosso primeiro álbum temos músicas com metais, mas foram poucas as vezes que circulamos com esse formato devido a logística. Sempre estamos gerando novas versões para algumas músicas ao vivo, e para esse show do dia 29 apresentaremos algumas com esse reforço massa dos metais.

E, além das músicas conhecidas, existe a chance de alguma novidade para essa apresentação em especial?

Além de versões com metais para músicas como "Saruê", "Desapracatado", "Sangue e Lama", tocaremos pela primeira vez nesse formato duas músicas que fez parte das nossas demos de 2006 e 2008, "Candangos Bar" e "Pegando Punga".

O último disco de estúdio da banda é "Vulcão", de 2018. Existe alguma previsão de trabalho de inéditas para 2020?

Sim! Temos quatro canções gravadas que vamos definir se lançaremos como um EP ou como singles. Estamos divulgando "Vulcão", ainda temos muitas cidades que não levamos esse show, e queremos explorá-lo ao máximo. Novo álbum cheio deve chegar em 2021 .

Ainda sobre o último disco, vocês fizeram parceria com a Céu e o BaianaSystem. Tem alguma banda, cantora ou cantor que você tem vontade de convidar para uma colaboração? Se sim, qual ou quais?

Todos da banda se amarra em Alceu Valença, seria um sonho uma parceria nossa! Mas tem outros nomes que admiramos demais e adoraríamos fazermos algo juntos como Chico César, Siba, RAPdura, Emicida, Black Alien...



A banda já tem uma turnê europeia agendada para esse ano. A preparação é muito diferente para uma turnê nacional? É melhor ou pior tocar na Europa?

Europa é uma experiência bem diferente, além de tocarmos todos os dias -- o que bem difícil de fazer no Brasil --, o que ajuda muito a amadurecer o repertório. Lá somos uma banda nova, estamos dando os primeiros passos na formação de público. O que é massa é que mesmo sem isso, a grande maioria dos shows tinha um bom público que, mesmo sem falar nossa língua, se deixada levar pelo som, pela energia dançante da nossa música.

Você tem alguma boa história de shows fora do país? Se sim, qual é e onde foi?

Estávamos em Washington DC, no EUA, virados, sem dormir, sem comer direito e as coisas já começaram a dar errado quando fomos alugar o carro. Os cartões não passavam de jeito nenhum, deu algum "bug" e acabamos desistindo. Na sequência fomos encontrar o anfitrião local, o cara que iria nos hospedar e finalmente iríamos tirar um cochilo, mas essa pessoa não havia chegado de viagem e tivemos que deixar nossos equipamentos numa garagem sujeira total (risos) para assim passar um tempo na cidade sem nos preocupar.

Acabou que a pessoa não chegou, e fomos direto passar som no Black Cat (casa de show clássica da cidade) e já emendamos com o show. Eu estava morto no palco, quase cochilando. Finalmente quando acabamos de tocar, a pessoa que iria nos hospedar já estava no local para nos levar para casa, mas o cara tava bêbado e fez algumas merdas no trânsito. Assim que ele estacionou o carro, chegaram dois carros da polícia. Era minha primeira vez nos EUA, minhas primeiras horas naquele país doido, e sem acreditar que estava com armas apontadas para uma versão minha quase zumbi, e o motorista havia entrado na garagem e passou alguns minutos para dar satisfação aos policiais. Foram minutos de tensão, acreditando que seria preso sem saber o que estava acontecendo. No final de tudo certo, e só no outro dia, fui entender o que aconteceu na verdade.

Existe alguma necessidade musical de sua parte que você, por algum motivo, ainda não conseguiu fazer? Se sim, qual é?

Queria lançar um disco paralelo a Baggios, com uma vibe mais soul brazuca setentão, e aproveitar para lançar músicas que não couberam no repertório da banda. Finalmente vou colocar em prática esse ano. Tô no processo de gravação desse trabalho, que se chamará "Ikê Maré", e deve ser lançado em julho.

Eu sei que você gosta muito de música de maneira geral. O que você ouviu recentemente e gostaria de recomendar?

Pô, vivo fascinado com a música, sempre tem algumas descobertas que me fazem querer compor mais e mais. Ultimamente tenho escutado coisa bem distintas, mas gostaria de indicar cinco nomes: Antonio Carlos e Jocafi, Altin Gun, Cátia de França, Milton Nascimento e Michael Kiwanuka.

Clique aqui e veja o último clipe divulgado pela banda.

Serviço
The Baggios no Sesc Pinheiros
Evento: https://www.facebook.com/events/170102857746540
Data: 29 de fevereiro de 2020
Horário: 21 horas
Local: Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros
Ingresso: R$ 20, meia, R$ 40, inteira e R$ 12, credencial plena - http://bit.ly/2PbqoaB ou na bilheteria de todas as unidades do estado (venda limitada a 4 ingressos por pessoa)
Recomendação etária: 10 anos

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