Maroon 5 entrega pior show da história do intervalo do Super Bowl


Banda foi convidada depois após vários outros artistas recusarem participar do evento

Um ditado antigo muito popularizado na internet é "não há nada ruim que não possa piorar". Em 2018, a NFL apostou em Justin Timberlake como principal atração do famoso show do intervalo do Super Bowl -- a reunião dos dois campeões de Conferência do futebol americano. E foi muito ruim. Picotado, foi o exemplo de como ter boas músicas e boas intenções nem sempre são motivadores para um bom show.

Mal sabíamos que viria algo ainda pior neste ano.

A escolha do Maroon 5 foi controversa desde o início, pois vários artistas recusaram os 15 minutos no palco e um polpudo cachê por discordar da postura da organizadora do campeonato em relação ao jogador Colin Kaepernick. Ele, quando atuava como quarterback no San Francisco 49ers, foi o líder dos protestos em apoio ao movimento Black Lives Matter ao ajoelhar-se em cada execução do hino nacional dos Estados Unidos antes do início das partidas. É desmentido e não há provas concretas, mas, segundo quem acompanha muito bem o noticiário, há um boicote acordado entre os donos das franquias em não contratá-lo -- por isso, times como o Minnesota Vikings gastam uma grana descomunal em gente péssima como Kirk Cousins.

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Pink, Kendrick Lamar e Rihanna foram os que, publicamente, foram procurados e anunciaram a recusa justamente por entender que não adianta homenagear Marthin Luther King Jr., como aconteceu ontem (3), e tratar Kaepernick daquela forma. Quem mais sobraria, se não uma banda pop inocente, com certo apelo e facilmente manipulável? O Maroon 5 seria o nome ideal. E acabou sendo anunciado como a banda do show do intervalo.

A apresentação virou algo tão grande quanto os comerciais veiculados na TV americana. Virou a união dos fãs de futebol americano com os fãs do artista, ali para dar o melhor de si em uma curta apresentação. Mas o Maroon 5 terá a foto colocada ao lado da palavra "desastre" no dicionário em breve. Ao longo de 13 minutos e meio, não houve um momento de destaque. Tudo foi ruim do início ao fim.

Houve pouca sincronia entre a banda e os convidados, então cada parte do show foi algo independente e sem conexão alguma. Nascido para ser épico, foi uma salada de músicas entre Maroon 5, os rappers Travis Scott e Big Boi e o coral de música gospel. Ao atirar para todos os lados, o Maroon 5 acertou na própria testa. E ainda pudemos ouvir Adam Levine perdendo a voz aos poucos. No final, ele praticamente implorava pelo fim e precisava com urgência de uma pastilha de hortelã. Nem as músicas de sucesso salvaram o desastroso show.

O aprendizado dessa apresentação é que a NFL só vai chamar artista/banda inofensivo mesmo pra não ter problema. Imagina ter um Kendrick Lamar nesse intervalo? Ou um Bruce Springsteen de novo? É pedir pelo protesto de determinados grupos, é pedir para Donald Trump ir no Twitter reclamar e ameaçar conversar com os donos das franquias -- o que aconteceu no auge dos protestos de Kaepernick.

A liga escolheu o melhor cenário para ela ao não querer envolvimento político com a divisão atual da política mundial. Mas, ao tentar agradar a todos, não agradou ninguém ao convidar uma banda que não se sustenta musicalmente há, pelo menos, uma década. E o vocalista, queridinho de muita gente, prefere bater ponto em um reality show musical do que cuidar da própria voz. Com o desempenho de ontem, ninguém viraria a cadeira para ele.

Setlist:

"Harder to Breathe"
"This Love"
"Sicko Mode" (with Travis Scott)
"Girls Like You" (with Equinox Percussion and… more )
"She Will Be Loved"
"The Way You Move" (OutKast cover) (with Big Boi)
"Sugar"
"Moves Like Jagger"




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