Show: Wilco no Popload Festival

Wilco fez um ótimo show no Popload Festival (Foto: Luisa Gomes/Popload/Divulgação)

Banda entregou tudo que se esperava deles e um pouco mais 

O Wilco é uma banda que atrai o tipo de fã muito verdadeiro às apresentações, pelo simples fato de não estar no radar da maioria das pessoas. Ou eles são amados, ou acham as músicas bonitinhas, ou simplesmente ignoram. Não conheço, nem ouvi falar, de alguém que os odeia e ponto de ficar falando mal pelos quatro cantos. Então, a apresentação no Popload Festival, ontem (8), foi repleta de emoção, amor fraternal entre quem estava lá e, principalmente, boas músicas.

Havia um clima muito feliz entre os fãs na parte menos cheia da pista. Excluindo os adoradores de eventos, que vão apenas para falar que foram e excluem a música ou qualquer experiência envolvendo o momento ao vivo, existiu um clima de reunião de amigos que gostam muito de uma banda. E aproveitaram cada momento, cada intervenção do vocalista Jeff Tweedy e cada acorde tocado pela banda em duas horas cravadas de apresentação.

Excluindo o disco autointitulado, o que se viu foi uma apresentação cheia de clássicos tocados com maestria pela banda. O agitado baterista Glenn Kotche dava ao público batidas que tremiam cada centímetro do lugar, o guitarrista Nels Cline mostrava em cada improviso ser um gênio ainda não reconhecido do instrumento e o baixista John Stirratt - único membro ainda mantido desde a formação inicial – mostrou-se um ótimo cúmplice para arredondar o trabalho feito no palco.

Mas é difícil não olhar para o Wilco e não notar Tweedy. Mesmo de longe, ele passa uma áurea de tranquilidade até mesmo para quem estava disperso. Mesmo de longe, ele passa um olhar "ei, cara, confia em mim. Vou te dar o melhor que tenho aqui em cima, nem que tenha que sair completamente extenuado". E é incrível como ele faz tudo sem o menor esforço, ainda mais quando entra no palco com o jogo ganho – caso de ontem. Ao tocar em São Paulo pela primeira vez, mesmo dentro de um festival, ele e a banda fizeram todos se sentir confortavelmente no sofá de casa ao desfilar hits do calibre de "I Am Trying to Break Your Heart", "If I Ever Was a Child", "Via Chicago", "Impossible Germany", "Jesus, Etc.", "Dawned on Me", "I Got You (At the End of the Century)", "Outtasite (Outta Mind)" e outros.

A epopeia para chegar ao Urban Stage - só peguei o ingresso cedido sem custos por um amigo de última hora – valeu a pena. Perdi dez minutos de apresentação, porém tudo foi recompensado na 1h50 seguintes, quando o Wilco me fez me sentir um deles. Nisso tudo, eu torcia fervorosamente para um senhor bêbado, que estava na minha frente, não vomitar quando ele se mexia muito.

Estar em um lugar de boa acústica, agradável, organizado e próximo do metrô dá a certeza de que a cidade precisa de mais eventos assim. Apesar dos mimos entregues na saída, o preço é bem salgado para a maioria das pessoas – mesmo fãs. Se um dia puderem consolidar preços mais atrativos e atrações de qualidade – imagino ser difícil unir essas duas coisas, mas não custa nada sonhar –, tenho certeza que o Popload Festival tem imenso potencial para virar um evento único no calendário de São Paulo.

Abaixo, uma playlist com as 27 canções tocadas pelo Wilco no festival:

Setlist:

"Random Name Generator"
"The Joke Explained"
"I Am Trying to Break Your Heart"
"Art of Almost"
"Either Way"
"Misunderstood"
"If I Ever Was a Child"
"Cry All Day"
"Someone to Lose"
"Via Chicago"
"Impossible Germany"
"Hummingbird"
"Handshake Drugs"
"Side With the Seeds"
"Locator"
"Pickled Ginger"
"Forget the Flowers"
"Box Full of Letters"
"Heavy Metal Drummer"
"I'm the Man Who Loves You"
"Jesus, Etc."
"Dawned on Me"
"Red-Eyed and Blue"
"I Got You (At the End of the Century)"
"Outtasite (Outta Mind)"

Bis:
"Spiders (Kidsmoke)"
"The Late Greats"








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