Um fato: nossos ídolos estão morrendo ao poucos e estamos nos dando conta de que, muito em breve, não existirão mais as bandas que fizeram sucesso entre os anos 1960 e final dos anos 1970. Por isso mesmo, o aniversário de 70 anos de Pete Townshend serve muito para refletir sobre isso, principalmente com a aposentadoria eminente do The Who.
Olhando por lado, ainda mais pela perde recente de B.B King, espero que ele não vá até o limite de suas forças e algo aconteça no palco. É muito triste ver o atual estado de Lemmy Kilmister, se arrastando, faltando em shows, cancelando apresentações e indo até o limite. Sinceramente, se ele não tiver nenhum tipo de problema, não seria ruim vê-lo em uma carreira solo, se reinventando ou fazendo outra coisa. Caso não tenha mais saco, que faça outra coisa.
Assim como muitos de seus contemporâneos, Townshend foi inventivo empunhando sua guitarra, ficando famoso pela altura do volume que colocava sua guitarra. Além de ter sido responsável pela criação e concepção de três obras-primas do rock mundial, os clássicos discos do The Who: Tommy, Who’s Next e Quadrophenia, exemplos e aulas de como se fazer uma ópera rock de alto nível.
No momento em que escrevo esse curto texto, estou ouvindo uma bela versão ao vivo de “My Generation”, do Live At Leeds, de 1970. E há um belo momento solo de Pete Townshend ainda no início em que ele mostra toda sua habilidade e como se toca um instrumento bem alto. E me veio o momento em que conheci o The Who, ainda adolescente, quando fiquei sabendo que Eddie Vedder era fã do grupo. Por tocar alto, força e apresentações explosivas ao vivo, a banda está no meu top-3 ao lado de Beatles e Ramones (estilos completamente diferentes, percebam).
Ele merece todo tipo de homenagem neste dia em que completa 70 anos, porque conseguiu se firmar em um panteão nada fácil: de um dos melhores guitarristas do mundo. Não sei se conseguirei vê-lo em um ainda hipotético show no Brasil, mas a torcida é para quem ele venha com o The Who para uma última apresentação. Seria ótimo saber que eles passaram por aqui antes do adeus definitivo.
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