Obrigado por tudo, B.B King


Como se despedir de alguém que te acompanhou mais do que qualquer amigo que a vida tenha te dado? Como se despedir de alguém que nunca vi ao vivo, mas que tocava meu coração a cada solo, a cada riff, a cada música. É difícil dizer adeus a B.B King, o Rei do Blues, morto nesta sexta-feira, aos 89 anos.

Ele era o último representante do mais puro do que há no blues. As letras, muitas vezes tristes, eram acompanhadas de belas melodias e momentos sublimes dele no momento em que empunhava sua guitarra. Ah, sua guitarra, quantas belas melodias saíram dela ao longo de quase 70 anos de carreira.
E o que seria de alguns nomes da música se não fosse King? O que seria de Led Zeppelin, Rolling Stones, Eric Clapton, Jeff Beck, Gary Clark Jr. e outros nomes que me fogem agora, mas que também foram tocados e inspirados pelo guitarrista? Muito da música que passamos a gostar ao longo das nossas vidas correria enorme risco. Desde o riff de “Satisfaction”, passando pelos solos de Clapton e Clark Jr. e chegando aos discos instrumentais de Jeff Beck.

Muito mais do que um guitarrista, King influenciou tanta gente que ouvimos hoje. E fundamental, existe uma gratidão enorme de todos eles – a mensagem de Eric Clapton em seu Facebook, com a voz embargada, diz muito sobre a relação mestre e discípulo.

B.B King estava com quase 90 anos, sofrendo problemas sérios por conta da diabetes alta e fotos dele internado correram a internet há alguns dias. Entre passar os últimos dias sofrendo e ir embora, a segunda opção é sempre a melhor. Ainda mais no caso dele, em que a pureza de suas canções, voz e guitarra não mereciam terminar de um jeito ruim.

A música dele já estava na eternidade, então agora é a hora de tirar a poeira daquele velho vinil ou entrar em algum site de streaming e ouvi-lo como uma homenagem a quem dedicou 70 de seus 89 anos à música.