Disco póstumo de Kurt Cobain. Precisa?


Antes mesmo da estreia, Montage of Heck, documentário sobre Kurt Cobain, já era um sucesso. Entre o anúncio e a primeira exibição, foram muitos trailers, teaser e pequenas partes disponibilizadas ao público. Com tudo isso, tenho quase certeza de ter assistido tudo antes de todo mundo.

Brincadeiras à parte, ontem saiu a notícia de um possível disco póstumo do cantor. De acordo com o diretor Brett Morgen, existem mais de 200 horas de gravações de Cobain, entre covers, jams com Courtney Love, canções inéditas e demos de músicas da discografia do Nirvana. A questão é: precisa ser um álbum de inéditas?

Se você respondeu não, talvez seu raciocínio esteja próximo do meu. Primeiro, ao invés de tratar esse registro como algo inédito, por que não relançar aquele box preto lindo com a discografia do Nirvana, que saiu no início dos anos 2000, e então incluir essas demos e jams? Seria muito mais legal e interessante, pois seria um item de colecionador bom de ter em casa. Ou em um especial para quando sair o DVD do documentário? Estão aí duas ideias (e são apenas ideias, pessoal. Não precisa ser exatamente isso. Se você tiver alguma outra, coloque nos comentários).

Segundo, esse negócio de disco póstumo está muito chato ultimamente. Os grandes exemplos disso são Jimi Hendrix e Tupac Shakur, que parecem lançar um trabalho novo todo ano. E haja pesquisa para encontrar o mínimo de algum pedaço de música para transformá-la em algo com potencial de venda. E pior: tem fã caindo nessa todo ano.

E o problema não é nem ganhar dinheiro com essas demos, porque elas têm um potencial enorme de venda. Eu mesmo, se puder, compraria numa boa por ser, imagino, um material que diz muito sobre quem foi Cobain, seus gostos musicais e ter a chance de ouvir como certas músicas evoluíram ao longo do tempo de trabalho. Só não me venham com essa de disco de inéditas. Esse papo não cola.