Seriado: Demolidor (Netflix)


Uma coisa que preciso confessar antes de iniciar o review de verdade: o Demolidor é meu herói favorito da Marvel – talvez ele dispute pulo a pulo com o Homem-Aranha, mas isso é caso para outro dia e outro texto.

Há algumas semanas, em parceria com a Marvel e a ABC, a Netflix lançou o seriado do Demolidor, identidade secreta do advogado cego Matt Murdock, que combate o crime organizado no bairro de Hell’s Kitchen, em Nova York. Como estamos em 2015, os inimigos e os necessitados da vez são o reflexo do novo tipo de gente que tomou conta dos Estados Unidos nos últimos anos.

Por exemplo, Wilson Fisk tem como sócios as máfias russa infiltrada no comando dos táxis da cidade, a máfia japonesa comandando o tráfico humano, uma mulher chinesa que controla a distribuição da heroína e um importante homem de Wall Street tomando conta das finanças e de subornos a policiais, pessoas influentes e políticos. E os necessitados da vez são os imigrantes de língua espanhola que, geralmente, ocupam as regiões menos favorecidas da cidade. Com o sonho de transformar o bairro em que morou quando criança em algo luxuoso, Fisk encontra resistência nessa parcela mais pobre. E justamente esse pessoal é que Murdock ajuda durante as madrugadas.

Por ser um seriado com 13 episódios de quase uma hora cada, é muito mais fácil trabalhar o desenvolvimento do personagem principal, seus medos, seus traumas, suas lembranças e seus dilemas – bem diferente do filme que lançaram em 2004 com Ben Affleck no papel principal. Até por apelar muito ao didatismo, acaba sendo um seriado de fácil compreensão para quem não está habituado com as histórias do Demolidor, como o fato de os roteiristas terem optado por não detalhar o acidente que cegou e mudou a vida do então menino de nove anos, mas as consequências do desenvolvimento aguçado dos outros sentidos. Idas e vindas são utilizadas a torto e a direito ao longo da série.

A premissa dessa primeira temporada é mostrar como Murdock combate o crime e como ele, junto de seus amigos, vai entrando cada vez mais fundo em investigações perigosas ao mexer com gente importante do alto escalão da cidade. Não entregam de cara um personagem incrível que vence o tempo inteiro, muito pelo contrário. Uma boa questão desenvolvida ao longo dos episódios é que o Demolidor nada mais é que o reflexo do ser humano. Quando a lei não funciona direito, o normal do ser humano é achar que a violência será a solução dos problemas. É esse tipo de conflito que o advogado passa, e até mesmo Fisk tem sua história bem contada, mostrando os motivos de ele virar quem virou.

De todos os episódios, tem uns dois que são um tanto maçantes e talvez o início não agrade para quem espera cenas de ação o tempo inteiro – tem um episódio que é, basicamente, só com diálogos e dilemas. Mas o último episódio encerra de vez qualquer dúvida: Demolidor tem tudo para ser uma ótima série e um ótimo spin-off dos filmes da Marvel, já que a história é desenvolvida a partir dos acontecimentos do primeiro filme dos Vingadores.

Nota: 3,5/5

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