Quando só o serviço de streaming não é o culpado


A busca por uma remuneração melhor pelos serviços de streaming chegou ao Brasil. Agora, segundo uma reportagem do jornal O Globo, o Procure Saber e Grupo de Ação Parlamentar Pró Música (GAP) querem saber quanto Rdio, Spotify, Deezer e outros serviços pagam por canção executada.

Quem lê o blog há mais tempo sabe que sou um entusiasta fervoroso desses serviços, mas também penso que só quem ganha dinheiro (ainda que pouco) com isso são os músicos consagrados por terem mais canções de sucesso e essas coisas todas. Enquanto isso, artista independente é remunerado da mesma forma. Ou seja, é claro que ele ganha muito menos do que qualquer figurão.

Diferente do Tidal, em que todos músicos/acionistas têm o controle de suas músicas, aqui ainda existe uma dependência incrível das gravadoras. E vão questionar quem? Os serviços. Quando, na verdade, as bases dos contratos deveriam ter sido refeitas há muito tempo. O YouTube explodiu há cinco, seis anos, e ninguém pensou que seria bom colocar uma clausula que insere a internet como um dos meios de divulgação? Por seguir vários canais de gravadoras no YouTube, vejo discos sendo colocados na íntegra quase diariamente. E me pergunto quanto o músico está ganhando por isso. Quem fez uma ótima jogada foi Roberto Carlos quando colocou sua discografia inteira no Spotify (e quem diria que ele faria isso, hein?).

De maneira quase geral, os artistas brasileiros querem entrar no século 21 com o pensamento no século 20. Como, em 2015, ainda tem tanta gente amarrada em contratos longos com gravadoras que abocanham até 90% do valor de seus ganhos? Em muitos casos lá fora, quando ainda há vínculo, funciona em esquema de sociedade ou o cara faz tudo e vende para alguma major por determinado preço, ganhando alguma porcentagem de venda em todos os serviços.

Não adianta nada bradar contra os serviços de streaming se eles não se ajudam, nem ajudam ao público. Alguns dos músicos independentes brasileiros são bons exemplos de como vender seu material no melhor esquema Faça Você Mesmo, que voltou com tudo com esse advento fantástico do mundo moderno chamado internet. Enquanto os figurões ainda pensam que vivem nos anos 1970 e 1980, tem gente correndo atrás de outros meios de divulgar suas músicas.

Como diria o outro, em muitos aspectos, o Brasil é a vanguarda do atraso.

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