Documentário: Ronnie Von - Quando Éramos Príncipes (2013)


Retratar a vida de alguém em um documentário não deve ser muito fácil, ainda mais um personagem tão rico em histórias como Ronnie Von. Para quem não sabe, ele é muito mais que o apresentador do programa Todo Seu, da TV Gazeta (apenas para São Paulo). Ele foi um dos melhores cantores que apareceram na música brasileira nos anos 1960.

Então, nada melhor do que fazer um recorte dessa extensa carreira. Com roteiro do jornalista, escritor e atual blogueiro do R7 Ricardo Alexandre e dirigido por Caco Souza, Ronnie Von - Quando Éramos Príncipes consegue mostrar muito bem as dificuldades enfrentadas por alguém que fazia muito sucesso, mas estava insatisfeito com os rumos de sua carreira.

Amante dos Beatles, Ronnie queria fazer música psicodélica, queria inventar, usar novos elementos em sua música. Mas como fazer? Nem ele sabe, mas foi fazendo. E ir fazendo acabou sendo um dos responsáveis pela aposentadoria dos palcos do cantor.

Muito mais do que um documentário sobre a carreira de alguém que queria fazer diferente sem encontrar o apoio necessário das gravadoras e do público, Quando Éramos Príncipes é sobre escolhas. Ronnie Von tinha três caminhos: voltar à música romântica e cantar o mesmo tipo de música para sempre (né, Roberto Carlos?), bater cabeça fazendo o que queria até ter reconhecimento (né, Tom Zé?) ou abandonar o barco e fazer outra coisa. Ele escolheu a terceira. É um caso claro de desilusão com a chamada indústria musical? Sim. Mas também é sobre eu, você, qualquer um de nós termos as rédeas da nossa vida para fazermos o que quisermos.

Com ótimas imagens de arquivo e depoimentos de pessoas próximas, com Arnaldo Saccomani e Rita Lee, o longa mostra como Ronnie foi uma das peças fundamentais para Os Mutantes e como isso foi importante mais à frente, quando surgiu o Tropicalismo – o movimento musical brasileiro mais cultuado e estudado no mundo. A disputa com a Jovem Guarda também tem um capítulo revelador sobre as práticas do grupo liderado por Roberto Carlos.

Aos poucos, os discos psicodélicos do cantor foram/estão sendo redescobertos. E ainda bem que somos testemunhas disso.



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