Brasileiro recria capas de clássicos do metal; leia entrevista


Graças a uma boa dica de Giovanni Cabral, colaborador do blog, vi uma matéria muito interessante sobre releituras das capas de discos de metal como se eles fossem discos de jazz. Ao saber que o criador disso era o brasileiro Rafael Melandi, diretor de criação da ópera Comunicação, não seria suiciente apenas reproduzir o conteúdo, mas uma entrevista sobre a ideia e os gostos musicais também seria bacana.

Como surgiu a ideia de refazer as capas dos discos?

Acho que todo mundo que ama metal tem uma relação de fascínio com suas capas. Acho que acaba virando uma obsessão tão forte quanto o próprio disco em si. Algo indissociável. E, como trabalho com design, um dia imaginei com seria se bandas como Slayer e Metallica tivessem surgido num outro período. Será que as capas conseguiriam ser tão impactantes e fortes como foram pra mim no final dos 80?

E o período do final dos anos 1950, início dos 1960 com as capas do Reid Miles (um gênio do estilo), S. Neil Fujita, da Blue Note, Prestige Records, os trabalhos do Saul Bass no cinema, toda a cultura de pôsteres de cinema da época, eles tinham uma simplicidade e ao mesmo tempo força no design que achei perfeito tentar juntar os dois períodos.

Li que você é fã de metal. Quando foi seu primeiro contato com o estilo?

Nasci em 1977. Sou da época do Aeroanta e de quando íamos de ônibus até a Galeria do Rock pra comprar as novidades em fita K7 das regravações dos discos originais no fim dos anos 80, já que não dava grana pra ficar comprando os LPs originais. Aí, trocávamos as fitas com os amigos num escambo frenético. Como a molecada faz hoje com jogos de videogame.

Qual foi o primeiro disco que você ouviu?

Acho que o meu primeiro contato com metal deve ter sido os discos que rolavam na época: Metallica (Ride The Lightning), Slayer (South of Heaven), além de Iron [Maiden] e [Black] Sabbath sempre onipresentes.

Das capas originais, qual a que você menos gosta? E qual você mais gosta?

Disco bom não tem capa ruim, você se apega mesmo se for uma tosqueira. Das que eu recriei, acho que tenho uma memória afetiva maior com o Rust In Peace. Lembro que comprei em CD no lançamento, acho que em 91. Li e reli aquele encarte até rasgar.

Existe chance de uma segunda leva de releituras?

Provavelmente não. Seria uma repetição do mesmo. O legal é deixar as pessoas imaginarem como poderia ter ficado outras capas além dessas. Acho que a ideia era despertar uma reflexão sobre como o metal pode ser foda independente da estética estabelecida e ao mesmo tempo também resgatar a paixão pelas capas originais.

Te procuraram para fazer algum trabalho oficial ou ainda não?

Não, ainda não.

Quais são seus cinco discos favoritos do gênero?

Além dos clássicos que recriei, acrescentaria Season In The Abyss, South of Heaven [ambos do Slayer], Cowboys From Hell [Pantera] e Black Sabbath.









Clique aqui para ver o post original.


Siga o blog no Twitter, Facebook, Instagram, no G+, no no Tumblr e no YouTube

Gostou do conteúdo? Compartilhe nas redes sociais!