Taylor Swift e a melhor estreia em 12 anos


Sou um entusiasta de qualquer serviço de streaming, seja Netflix ou Spotify. Isso facilitou muito a vida de quem desejava ouvir música e estava cansado de fazer downloads irregulares e/ou não tinha dinheiro para comprar aquele disco na íntegra na Apple Store. A indústria musical parece, enfim, ter encontrado um rumo depois de anos perdida no meio dessa revolução que aconteceu com a força da internet no início dos anos 2000.

Na última semana, Taylor Swift lançou 1989, seu quinto trabalho de estúdio. Aos 24 anos, ela já tem uma base de fãs muito forte e nem a mudança de estilo do country para o pop comercial à la Katy Perry mudou isso. Ao contrário, parece que Swift alcançou ainda mais pessoas com essa mudança de curso na sua já bem-sucedida carreira.

Para surpresa de muitos, a gravadora e ela optaram por retirar o novo disco dos serviços de streaming alegando que “poderia prejudicar as vendas”. Agora, vem a seguinte questão: e a pirataria? Sim, apesar de Rdio, Deezer e Sportify estarem indo muito bem, ainda há muita gente que prefere ter o arquivo em seu computador. Os motivos podem ser vários, desde a comodidade de não precisar contar com uma boa conexão para ouvir música até não ter o hábito de usar esses serviços.

De cara, ninguém imaginou que 1989 venderia quase 1,5 milhão de discos na primeira semana. Os números são tão arrebatadores, que o último que havia feito isso era Eminem com The Eminem Show, de 2002. Há 12 anos não se via alguém vender tanto em tão pouco tempo. E olha que as mudanças em mais de uma década no quesito consumir música foram muitas. Swift ficou apenas a 32 mil cópias de igualar a melhor estreia feminina nas paradas – o posto ainda pertence a Britney Spears com Ooops... I Did It Again, de 2000.

Falando de alguém mais próximo, é interessante tocar em Adele. O sucesso dela veio muito depois de qualquer número, tanto é que apenas 325 mil cópias de 21 foram vendidas na primeira semana, número insignificante perto desse que Taylor Swift conseguiu. Em compensação, 21 bateu recordes de permanência entre os mais vendidos, com 39 semanas no top-5, e foi o primeiro comprado por dez milhões de pessoas nos Estados Unidos – o último havia sido No Strings Attached, do 'N Sync', em 2001.

Os números mostram que Taylor Swift atingiu um patamar inicial que nem Adele conseguiu, já que a cantora de “Rolling in the Deep” só embalou quando ficou mais conhecida entre o público comum. Quem ouve Swift são, em sua grande maioria, adolescentes. No máximo, pessoas que cresceram ouvindo a cantora e viraram fãs. Por isso, é espantoso essa quantidade incrível de álbuns vendidos. Com esse número, não é de se espantar que ela e a gravadora possam exigir mais desses serviços de streaming que não pagam nem um centavo por música executada.

Ainda é cedo para qualquer panorama preciso sobre esse número, mas uma coisa é certa: cada vez mais o mundo da música vive de espasmos. E cada vez mais esses pequenos momentos vêm de cantores e cantoras dessa geração, não dos veteranos. É algo para se pensar.




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